Monday, March 25, 2019

A NOVA DEMOCRACIA BRASIL: Centenas de milhares protestam contra ‘reforma da Previdência’ no dia 22 de março


    Jaílson de Souza
    22 Março 2019
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Centenas de milhares de pessoas marcharam nas principais cidades do país contra a "reforma da Previdência" do governo militar de Bolsonaro, tutelado pelo Alto Comando das Forças Armadas.

No Rio de Janeiro, em ato iniciado às 18 horas na Candelária, cerca de 30 mil pessoas realizaram um ato. Palavras de ordem contra o governo de Bolsonaro e suas reformas foram entoadas, dentre elas, Greve geral! Greve geral! Greve Geral de Resistência Nacional!, Cadê o dinheiro que estava aqui – Bolsonaro deu para o FMI e contra o regime militar fascista e seus defensores.

Um bloco combativo, composto por movimentos populares como o Movimento Classista em Defesa da Saúde do Povo (MCDSP) e o Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação (Moclate), ergueu uma faixa que dizia Greve Geral contra os ataques aos direitos do povo. O Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e a Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR) também compuseram o bloco. Dezenas de organizações sindicais e movimentos populares também estiveram presentes.

Em Rondônia, centenas de pessoas manifestaram-se na praça Marechal Rondon, na capital Porto Velho. Eles carregaram uma faixa que dizia: "Preparar a Greve Geral de Resistência Nacional", e rechaçaram as reformas trabalhista e previdenciária, a intervenção militar e a repressão aos pobres do campo e da cidade, além de exigir a liberdade de manifestação e organização.

Em São Paulo, mais de 70 mil pessoas marcharam na avenida Paulista, região central da cidade. Participaram várias categorias como professores, trabalhadores da saúde, bancários, químicos, metroviários, metalúrgicos, comerciários e de serviços, além de servidores públicos de várias redes.

Em faixas e nas palavras de ordem, foi diversas vezes reiterado que o atual protesto é um “esquenta” rumo a uma grande Greve Geral para barrar as medidas antipovo do governo, apesar da iminente traição das Centrais Sindicais chapa-branca.

Outros atos aconteceram reunindo também dezenas de milhares de pessoas, dentre eles em Recife (15 mil manifestantes), Fortaleza (30 mil pessoas), Salvador (10 mil pessoas), dentre outros.

Em Salvador, na Bahia, pelo menos 10 mil pessoas marcharam contra a reforma da Previdência. Os rodoviários da cidade também cruzaram os braços e realizam uma passeata.

Em Fortaleza, no Ceará, mais de 30 mil trabalhadores e manifestantes rechaçaram a reforma em uma marcha pela cidade. A marcha aglutinou operários da construção civil, dos Correios, trabalhadores da educação e da saúde, estudantes de várias instituições e cursos, oficiais de justiça e até defensores públicos. Movimentos populares vinculados à luta pela terra e por moradia também estiveram presentes. Foram distribuídos panfletos da Liga Operária conclamando à Greve Geral de Resistência Nacional. Já na cidade de Cruz, no mesmo estado, também houve mobilização contra a medida.


Pelo menos 10 mil pessoas marcham em Salvador, BA. Foto: Reprodução

Outras mobilizações

Antes das manifestações centrais, os trabalhadores e o povo em geral realizaram várias ações em rechaço à reforma.

Os motoristas do transporte coletivo, por exemplo, paralisaram pelo menos 3,8 mil ônibus de 561 linhas na cidade de São Paulo. Cerca de 29 terminais municipais ficaram afetados. A mobilização iniciou-se de madrugada. O protesto, contra o ataque à Previdência, foi preparado com várias assembleias em todas as garagens.

Operários da metalurgia de São Paulo e Mogi das Cruzes realizaram, desde às 4 horas da manhã, mais de 70 assembleias envolvendo 25 mil trabalhadores. A mobilização integrou-se à jornada de luta contra a reforma. Agora pela manhã, operários da Fábrica de autopeças Tower Arujá realizaram concentração para um comício contra a reforma da Previdência, em São Paulo.

Em mais de 50 áreas da companhia Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo) paralisaram seus trabalhos somente durante a manhã de hoje, 22/03, como parte da luta contra a reforma de Bolsonaro.


Assembleia dos trabalhadores da Deca, organizada na madrugada do dia 21 a 22/03. Foto: Reprodução

Além disso, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizam ainda panfletagem no metrô Butantã, na capital do estado, em frente à agência do banco Caixa Econômica. Já na USP, estudantes marcharam clamando à necessidade de uma Greve Geral "construída desde a base" para barrar a reforma.

Na Grande São Paulo, especialmente na região do ABC, os operários da Ford e da Mercedes realizaram pela manhã uma grande manifestação contra a reforma da Previdência e em defesa de seus empregos, uma vez que a Ford decidiu recentemente fechar sua fábrica.

Ainda no estado de São Paulo, na cidade de Campinas, os operários e trabalhadores da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) realizaram uma manifestação em frente à garagem da empresa. A pauta também é o rechaço à reforma da Previdência.

Na cidade de São Carlos, no interior do estado, também ocorreu concentração para o protesto contra a reforma. O mesmo ocorreu em São José do Rio Preto, onde operários e trabalhadores marcharam pela manhã e, em Presidente Prudente, com uma mobilização sindical com trabalhadores da empresa Elektro.

Um outro grupo de manifestantes, em Goiânia, cortou a BR-153, paralisando o trânsito para repudiar a odiosa reforma de Bolsonaro e do Alto Comando militar. Eles são vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do estado. A Polícia Rodoviária Federal foi mobilizada para desobstruir a via, mas não assustou os trabalhadores e manifestantes. Uma faixa dizia "Reforma da Previdência rouba a aposentadoria, o emprego e a dignidade do trabalhador brasileiro". Ainda na mesma cidade, trabalhadores realizaram, de tarde, uma carreata pela cidade que saiu do Estádio Serra Dourada.


Centenas de metalúrgicos e operários marcham em São Bernardo do Campo, SP. Foto: Reprodução

Trabalhadores da Mitsubishi, em Catalão, em Goiás, realizaram uma manifestação dentro da indústria contra a reforma, puxados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (Simecat). Centenas de pessoas também se reúnem em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, organizados pelo Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação (Sintede).

No Rio de Janeiro, a Zona Industrial de Santa Cruz (Zona Oeste) se mobilizou. Operários da construção civil, em plena obra, estenderam uma faixa que dizia "Não à Reforma da Previdência". Já em Laranjeiras, bairro da Zona Sul, manifestantes fazem panfletagem no Largo do Machado. Em Duque de Caxias, Região Metropolitana, trabalhadores da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) cruzaram os braços hoje contra o ataque draconiano do governo Bolsonaro e do Alto Comando militar. Uma marcha ocorreu também em Vitória, no Espírito Santo.

Em São Luís, no Maranhão, a Agência da Previdência Social do Parque do Bom Menino foi palco de um protesto no horário da manhã. Dezenas de trabalhadores e movimentos populares se reuniram em rechaço ao ataque de Bolsonaro e seu governo. Um protesto semelhante ocorreu ainda em Teresina, no Piauí.

Em Macapá, no Amapá, centenas de trabalhadores marcharam logo pela manhã em protesto à reforma da Previdência. Em Palmas, Tocantins, um protesto semelhante ocorreu, com marcha pelas ruas do centro da cidade. Em Porto Velho, Rondônia, ocorreu tambémum Seminário sobre a reforma da Previdência na Sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero).


Multidão se aglomera para sair em marcha em Campo Grande, MS. Foto: Reprodução

Em Curitiba, Paraná, centenas de trabalhadores lotaram ruas do centro da cidade contra a reforma. "Todos contra o fim da aposentadoria", diziam duas faixas levadas pelos manifestantes. Outra manifestação ocorreu em Maringá, no mesmo estado. Trabalhadores tomam as ruas às centenas com faixas criticando a reforma, além da carestia e do alto custo de vida na cidade. Na cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, centenas de metalúrgicos realizaram também um ato contra a reforma