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Fonte. AND:
MS: Força Nacional ataca povo Guarani Kaiowá em Dourados
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TAÍS SOUZA 07 FEVEREIRO 2020
Uma das primeiras ações da Força Nacional, ao adentrar no território Guarani Kaiowá em Dourados (MS) depois de acionada pelo Defensoria Pública da União (DPU) e autorizada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, foi atirar contra os indígenas durante uma incursão sobre a área, realizada em conjunto com o latifúndio da região.
A tropa, que conta com 51 policiais e permanecerá por seis meses na região, segundo a DPU, foi solicitada com o intuito de “conter a violência armada” de seguranças privados contra os indígenas. Porém, no dia 27 de janeiro, a Força Nacional se reuniu com latifundiários e serviçais para “discutir o fim da violência”.
A força de repressão reuniu-se, dentre outros, com o Sindicato Rural, Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced), e com os antigos aliados dos senhores de terra, representantes do velho Estado: o atual presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Alci Teixeira; com a Polícia Federal, a Secretaria de Estado de Segurança Pública, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), a prefeitura de Dourados e com o Poder Legislativo Estadual. Outra reunião com representantes do latifúndio sobre o mesmo tema foi realizada no dia 22/01.
Após a reunião ocorrida durante a noite de 27/01, seguranças privados a mando do latifúndio tentaram derrubar moradias dos indígenas e feriram um dos guarani no braço. Pela manhã do dia 29/01, a Força Nacional foi ao encontro do latifúndio em uma sede de uma fazenda e em seguida quatro viaturas se dirigiram ao território dos guarani junto com os fazendeiros e pistoleiros legalizados que estavam em uma caminhonete preta e abriram fogo contra os indígenas.
Veja o vídeo: https://cimi.org.br/2020/01/em-video-indigenas-guarani-kaiowa-registram-ataque-e-afirmam-que-disparos-partiram-da-forca-nacional/
Os guaranis não se intimidaram e denunciando a covardia dos carrascos, expulsaram os invasores, conforme pode ser visto no vídeo gravado por eles. Ainda como resultado das lutas travadas pelos indígenas em defesa de seu território, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por suspender a reintegração de posse, avaliando que a ação “contribuiria sobremaneira para o aumento da tensão e do conflito agrário”.
ATAQUES SUCESSIVOS
O território de retomada Nhu Verá, dos guarani kaiowá, conforme já noticiado por AND, passou por ataques no início do ano, entre os dias 2 e 3 de janeiro, quando cerca de 15 pistoleiros junto a um trator modificado (conhecido como “caveirão”) e também o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) abriram fogo contra os indígenas utilizando tiros e bombas. Vários indígenas ficaram feridos durante esse ataque, inclusive uma criança de 12 anos que perdeu o dedo da mão esquerda ao manipular uma granada deixada pela polícia.
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Após o ataque ocorrido em 27/01, no dia 5 de fevereiro a Polícia Militar de Caarapó e a Força Nacional novamente realizaram ações na Aldeia Indígena Tey Kue a qual nomearam de “policiamento ostensivo e preventivo”.
SUSPENSÃO NO FORNECIMENTO DE ALIMENTOS
A área que é palco destas disputas se encontra próxima das maiores e mais populosas reservas do país, que conta com 3,5 mil hectares demarcados há mais de 100 anos, e abriga cerca de 20 mil pessoas.
A luta por território nesta região se dá de maneira intensa. Em 1917 com a criação de oito reservas, houve uma grande expulsão dos indígenas. O povo cresceu nestes mais de 100 anos tornando aqueles espaços já insuficientes para abrigá-los. Ao retornarem aos seus territórios originais o latifúndio já havia invadido boa parte deles e inclusive tornado solos inférteis, impossibilitando a população indígena de plantar seu próprio alimento.
Durante campanha eleitoral em uma palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, o fascista Bolsonaro declarou: "Se eu chegar lá (na presidência) não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola". No ano de 2019 não houve uma demarcação sequer.
Ainda como continuidade a esta série de atrocidades cometidas contra os indígenas, o governo, juntamente com a Funai, suspendeu o fornecimento de alimento para os povos que ainda não tiveram seus territórios demarcados.
Solano Lopes, líder da terra indígena Pyelito Kue, também no MS, afirmou em entrevista ao portal do monopólio de imprensa BBC Brasil: “Para a gente ter alimentação, a gente tem que plantar alguma coisa (...). As nossas áreas são 97 hectares. É muito pequeno". diz.
Pau D'arco: Camponeses lutam contra despejo promovido pelo velho Estado
Uma grande mobilização tomou conta de Pau D’arco no último dia 3 de fevereiro, quando dezenas de camponeses e apoiadores compareceram a uma audiência pública que trataria da expulsão dos trabalhadores de suas terras. A ameaça em questão foi realizada contra o Acampamento Jane Júlia, situado na retomada da fazenda Santa Lúcia. Ao final da audiência, a expulsão forçada foi suspensa.
Indígenas e "seguranças privados" entraram em confronto no início do mês. Foto: Hedio Fazan/ Dourados News.
Fonte. AND
Governo assina projeto de lei que permite mineração em terras indígenas
O presidente fascista Jair Bolsonaro, tutelado pelo governo secreto dos generais, assinou um projeto de lei, no dia 5 de fevereiro, no qual permite diversas atividades de exploração, dentre elas grande mineração em terras indígenas, principalmente na Amazônia. O projeto agora vai para votação na Câmara dos Deputados.
Fonte. CIMI
Cerâmica: 500 anos após, segue viva a marca do povo tupiniquim
Um estudo arqueológico recém concluído mostrou que as índias tupiniquins, autoras tradicionais dos utensílios domésticos da tribo, se apropriaram da cerâmica comum dos invasores portugueses nos anos 1500, transformando-a em obra “sua”, a qual é reproduzida até o presente em áreas do sudeste-sul do Brasil, notadamente nos estados de S.Paulo e Paraná por trabalhadoras não-indígenas
Fonte. CIMI