Friday, July 16, 2021

A NOVA DEMOCRACIA BRASIL: EDITORIAL.-Grandes perigos, grandes perspectivas .- Grandes peligros, grandes perspectivas

Redação de AND

Ano XIX, nº 242 - Julho de 2021

Grandes perigos, grandes perspectivas

As manifestações que tomaram todo o Brasil no dia 19 de junho, sucessoras das ocorridas em 29 de maio, indicam um potencial ascenso do movimento de massas. Essa possibilidade é um fator de extraordinária importância, quando a crise faz agudizar as confrontações entre os interesses mais imediatos das massas populares e os das classes dominantes. Tanto mais quando o núcleo político dirigente da reação, o seu aparelho de Estado, acha-se comandado por um desmoralizado governo militar genocida, amparado por um achincalhado Congresso de corruptos e malfeitores. 

O estopim de uma grande mobilização de massas que se una à torrente da Revolução Agrária com suas tomadas de terras no campo é o peso que pode desequilibrar toda a correlação de forças na luta entre contrarrevolução e revolução, a favor desta última; é o fator que pode barrar e impor importantes reveses na marcha da ofensiva contrarrevolucionária preventiva e à culminação do golpe militar de Estado. 


 

 @davimadorra

II 

Enquanto isso, nos rincões de Rondônia, uma organização camponesa de massas enfrenta uma hidrofóbica contrarrevolução sedenta por sangue. Trata-se da Liga dos Camponeses Pobres (LCP). O Acampamento Manoel Ribeiro organizado por ela, que viveu meses de cerco militar, fustigamentos, espionagem e outros meios de guerra (combinados com execuções de apoiadores da luta pela terra nas pequenas cidades, intimidação de pequenos posseiros vizinhos e invasões policiais às casas de moradores da região e à sede do movimento), apesar disso tudo, saiu vitorioso. As famílias, por decisão unânime de sua Assembleia Popular, empreenderam fato histórico: da área, completamente cercadas, se retiraram silenciosamente na escuridão da madrugada, deixando apatetados os comandantes e as tropas repressivas que, dias depois, ao assaltarem o Acampamento, se depararam apenas com uma frase desafiadora e magnificente escrita num trapo feito de faixa: Voltaremos mais fortes e mais preparados! 

Os camponeses e sua gloriosa luta pela terra despertaram a solidariedade de centenas de entidades populares, organizações revolucionárias do país e internacionais, associações e personalidades democráticas dentre intelectuais e artistas para a grande verdade de nosso tempo: é preciso dar todo apoio e força, nas cidades, para a sagrada luta pela terra conduzida sob direção revolucionária. Sem ela, não há, nem pode haver, qualquer transformação, menos ainda a construção de um Brasil Novo, de nova democracia, independente e desenvolvido: a República Popular do Brasil. 

III 

Percebamos: existe no país um estado de espírito revoltoso e generalizado nas massas populares das cidades – manifestado nas jornadas de Junho de 2013-2014 e depois pelos seus protestos dispersos e diuturnos –, combinado com um auspicioso movimento camponês combativo, e tudo dentro de uma crise geral do capitalismo burocrático e, também, no aparelho de Estado. 

Diante desse verdadeiro “terror” – é essa a sensação que assalta os canalhas diante do povo em luta – os reacionários, em particular o Alto Comando das Forças Armadas (ACFA), desataram uma ofensiva contrarrevolucionária preventiva, cuja marcha – após depor a presidente Dilma – desembocou num governo militar de fato de Bolsonaro, marcado por pugnas para definir seu comando entre a extrema-direita deste e a direita hegemônica do ACFA. Bolsonaro promove maquinações para impor um regime militar consumando o golpe, e o ACFA para esquartejar a presente Constituição com “reformas” contrarrevolucionárias impostas por coações. O objetivo de ambas as forças reacionárias anticomunistas e americanófilas é impor uma linha e direção únicas na forma de centralização absoluta do poder no Executivo para com seu respectivo projeto sair da crise e, para tanto, buscam submeter alguns grupos das classes dominantes, privilegiar outros e “limpa o terreno” para impor sua linha. 

Essa profundíssima crise, que produz as ameaças de fascismo e o ressurgir do golpe militar de Estado, trata-se de fato social de raízes profundas, a saber, a divisão da sociedade em condições tão extremamente antagônicas, como a que opõe uma famélica massa de mais de 100 milhões de camponeses e proletários à opulência de alguns milhares de grandes burgueses e latifundiários, além das corporações imperialistas. 

O que estamos assistindo é a conformação crescente de dois polos, cujo peso e atração gravitacionais obrigam toda a Nação a alinhar-se a um deles. Os polos são a reação, em pugna interna entre ensandecidos bolsonaristas e seus apaziguadores militares, por um lado, e as amplas massas populares, por outro. E qualquer democrata sincero exclama, hoje, que o centro gravitacional das massas populares está transferindo-se gradualmente para o caminho da luta radicalizada e revolucionária, expresso notoriamente na LCP. Lutas em torno das quais, gradual e crescentemente, irá conformando-se uma nova frente de forças democráticas revolucionárias e de massas em confronto aberto ao governo militar genocida de Bolsonaro, ao velho Estado de grandes burgueses e latifundiários, serviçal do imperialismo, principalmente ianque e de modo inseparável do combate ao revisionismo e o oportunismo eleitoreiro e de toda laia. Exata e justamente por ser o contrário deste governo, a sua negação mais radical e com as verdadeiras condições de impor-lhe derrotas profundas. 

Essa fissura na velha sociedade precede e, ao mesmo tempo, prepara guerras e confrontações verdadeiramente épicas e nas quais são decididos os destinos da Nação e mesmo de todo o mundo. São grandes perigos e, ao mesmo tempo, grandes perspectivas, estas últimas impossíveis sem serem acompanhadas dos primeiros. A catástrofe que assombra o país e pauperiza o heroico povo brasileiro é o ambiente graças ao qual vai sendo produzido o determinado contingente de revolucionários proletários, que, tornando-se consciente e instruído, se adestra, cada vez mais, na marcha ziguezagueante dos acontecimentos. Junto a ele, instruir-se-á e somar-se-á, por ondas e num tempo prolongado, um imenso mar de massas cansadas das aviltantes exploração e opressão nas quais se acham submersas. Se conscientes, sob a guia da correta e justa ideologia do proletariado internacional e dirigidas por seu reconhecido Estado-Maior, essa imensa massa humana realizará feitos como verdadeiros milagres. Nesse sentido, e com essa perspectiva, é preciso dizer sem reservas covardes: por mais estremecedoras e tormentosas, bem-vindas sejam as tempestades! 

 

 

 

EDITORIAL

Redacción AND

    Año XIX, No. 242 - julio de 2021

 

Grandes peligros, grandes perspectivas

 

I

 

Las manifestaciones que se apoderaron de todo Brasil el 19 de junio,  como continuación de las que tuvieron lugar el 29 de mayo, indican un potencial ascenso del movimiento de masas. Esta posibilidad es un factor de extraordinaria importancia, cuando la crisis agudiza los enfrentamientos entre los intereses más inmediatos de las masas populares y los de las clases dominantes. Más aún cuando el principal núcleo político de la reacción, su aparato de Estado, se encuentra comandado por un gobierno militar genocida desmoralizado, apoyado por un Congreso miserable de corruptos y malvados.

 

El detonante de una gran movilización de masas que una el torrente de la Revolución Agraria con su toma de tierras en el campo es el peso que puede desequilibrar todo el equilibrio de fuerzas en la lucha entre contrarrevolución y revolución, a favor de esta última; es el factor que puede barrer e imponer grandes retrocesos en el curso de la ofensiva contrarrevolucionaria preventiva y la culminación del golpe de Estado militar.

 

II

 

Mientras tanto, en las afueras de Rondônia, una organización campesina de masas se enfrenta a una contrarrevolución hidrófoba sedienta de sangre. Esta es la Liga de Campesinos Pobres (LCP). El Campamento Manoel Ribeiro organizado por ella, que vivió meses de asedio militar, hostigamiento, espionaje y otros medios de guerra (combinado con ejecuciones de simpatizantes de la lucha por la tierra en pequeñas localidades, intimidación de pequeños ocupantes ilegales vecinos y allanamientos policiales en las viviendas). de vecinos de la comarca y sede del movimiento), a pesar de todo ello, salió victorioso. Las familias, por decisión unánime de su Asamblea Popular, asumieron un hecho histórico: de la zona, completamente rodeada, se retiraron silenciosamente en la oscuridad del amanecer, dejando a los comandantes y tropas represivas que, días después, cuando asaltaron el Campamento, solo se encontraron con una frase desafiante y magnífica escrita en un trapo usado como banderola: ¡Regresaremos más fuertes y más preparados!

 

Los campesinos y su gloriosa lucha por la tierra despertaron la solidaridad de cientos de entidades populares, organizaciones revolucionarias nacionales e internacionales, asociaciones y personalidades democráticas entre intelectuales y artistas a la gran verdad de nuestro tiempo: es necesario dar todo el apoyo y la fuerza en las ciudades por la sagrada lucha por la tierra conducida bajo dirección revolucionaria. Sin ella no hay, y no puede haber, transformación alguna y menos la construcción de un Nuevo Brasil, de una democracia nueva, independiente y desarrollada: la República Popular de Brasil. 


 

 

III

 

Entendamos: hay en el país un estado de ánimo revolto y generalizado en las masas populares de las ciudades -manifestado en los días de junio 2013-2014 y más tarde por sus protestas dispersas y diurnas-, combinado con un auspicioso movimiento campesino combativo, todo dentro de una crisis generalizada del capitalismo burocrático y también del aparato estatal.

 

Ante este verdadero "terror" -este es el sentimiento que asalta a los sinvergüenzas ante el pueblo en lucha- los reaccionarios, en particular el Alto Mando de las Fuerzas Armadas (ACFA), desencadenaron una ofensiva contrarrevolucionaria preventiva, cuya marcha - tras la destitución del presidente Dilma - condujo a un gobierno militar de facto de Bolsonaro, marcado por luchas por definir su mando entre su extrema derecha y la derecha hegemónica de ACFA. Bolsonaro promueve maquinaciones para imponer un régimen militar que consuma el golpe, y ACFA para desmembrar la actual Constitución con “reformas” contrarrevolucionarias coaccionadas. El objetivo tanto de las fuerzas reaccionarias anticomunistas como americanas es imponer una sola línea y dirección en forma de centralización absoluta del poder en el Ejecutivo, con su respectivo proyecto, para salir de la crisis y, para ello, buscan somete a algunos grupos de las clases dominantes, privilegiar a otros y “despeje el terreno” para imponer su línea.

 

Esta crisis muy profunda, que produce las amenazas del fascismo y el resurgimiento del golpe de Estado militar, es un hecho social con profundas raíces, a saber, la división de la sociedad en condiciones tan extremadamente antagónicas, como la que se opone a una masa hambrienta. de más de 100 millones de campesinos y proletarios a la opulencia de unos miles de grandes burgueses y terratenientes, además de las corporaciones imperialistas.

Lo que estamos presenciando es la conformación creciente de dos polos, cuyo peso gravitacional y atracción obligan a toda la Nación a alinearse con uno de ellos. Los polos son la reacción, en una lucha interna entre los dementes bolsonarists y sus pacificadores militares, por un lado, y las amplias masas populares, por el otro. Y cualquier demócrata sincero exclama hoy que el centro gravitacional de las masas populares se está desplazando gradualmente hacia el camino de la lucha revolucionaria y radicalizada, célebremente expresada en el LCP. Luchas en torno a las cuales, paulatina y cada vez más, se perfilará un nuevo frente de fuerzas revolucionarias y democráticas de masas en abierto enfrentamiento al gobierno militar genocida de Bolsonaro, al viejo estado de los grandes burgueses y terratenientes, servidor del imperialismo, principalmente yanqui e inseparablemente de la lucha contra el revisionismo y el oportunismo electoral y de todo tipo. Exactamente y precisamente porque es lo contrario de este gobierno, su negación más radical y con las condiciones reales para imponerle profundas derrotas.

 

Esta fisura en la vieja sociedad precede y, al mismo tiempo, prepara guerras y enfrentamientos verdaderamente épicos en los que se decide el destino de la Nación e incluso del mundo entero. Son grandes peligros y, al mismo tiempo, grandes perspectivas, imposibles las segundas sin ir acompañadas de las primeras. La catástrofe que acecha al país y empobrece al heroico pueblo brasileño es el entorno en el que se está produciendo el contingente decidido de revolucionarios proletarios que, tomando conciencia y educados, se entrenan cada vez más en la marcha en zigzag de los acontecimientos. Junto a él, se instruirá y se sumará, por olas y en mucho tiempo, un inmenso mar de masas cansadas de la degradante explotación y opresión en la que se encuentran sumergidas. Si consciente, bajo la dirección de la ideología correcta y justa del proletariado internacional y dirigida por su reconocido Estado Mayor, esta inmensa masa humana realizará hazañas como verdaderos milagros. En este sentido, y con esta perspectiva, hay que decirlo sin reservas cobardes: por estremecedoras y tormentosas que sean, ¡bienvenidas las tormentas!