- Jailson de Souza
Campanha mundial denuncia nova tentativa de aniquilar o Presidente Gonzalo
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No dia 20 de julho o Dr. Abimael Guzmán Reinoso, o Presidente Gonzalo, chefatura do Partido Comunista do Peru (PCP) e da Revolução Peruana, foi transferido a um hospital próximo ao Centro de Reclusão de Máxima Segurança da Base Naval de Callao (Cerec). Fontes vindas do monopólio de imprensa reacionário afirmam que ele está com câncer de pele mal tratado, derivando em metástase. O advogado afirma que o Presidente Gonzalo sofre de psoríase e que a doença é agravada devido à idade avançada e à época do ano, sensivelmente mais fria. Democratas, revolucionários e organizações marxistas-leninistas-maoistas repercutiram a denúncia e estão convocando novas ações em defesa da vida e da saúde do Presidente Gonzalo.
O comunicado do Comitê Técnico (CT) do Cerec, que veio a público no dia 18/07, afirmou que no dia 13/07 o chefe do serviço desse órgão informou que o Presidente Gonzalo não havia ingerido alimentos e, por isso, requereu-se ao Ministério de Saúde uma “atenção médica especializada em geriatria”. No dia seguinte, se constituiu uma unidade móvel do Ministério que concluiu que, ainda que o estado de saúde tivesse se demonstrado estável, era preciso “requerer exames médicos”, o que foi feito no dia seguinte, ainda de acordo com o comunicado. Em 17/07, o Presidente Gonzalo apresentou queda na pressão, o que motivou uma segunda revisão médica, ocasião em que foi constatado novamente estar estável seu quadro. Ainda assim, foi indicada uma mudança até um hospital para possibilitar um “monitoramento e atenção integral”. O texto afirma que, nesse momento, o Presidente Gonzalo recusou ser transportado até outro local, ao que tudo indica, exigindo seus direitos como prisioneiro de guerra.
Dois dias depois, o Cerec emitiu novo comunicado intitulado “Situação do estado de saúde do interno Abimael Guzmán Reinoso”. Nele, os agentes do hospital militar de segurança máxima afirmam que, no dia 19/07, uma nova consulta médica ao Presidente Gonzalo foi efetuada, ocasião em que, novamente, ele recusou a proposta de ser transportado até outro local. Nesse dia, segundo afirma o comunicado, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha o visitou, e junto à Defensoria do Povo tentou convencer o Presidente Gonzalo a aceitar a mudança para atendimento médico. Novamente, ele não aceitou ser transportado até um outro hospital.
Somente no dia 20/07 o Presidente Gonzalo recebeu a visita de seu advogado de defesa. Só então que, segundo o comunicado do Cerec, ele “foi transportado de forma voluntária em uma ambulância a um hospital próximo ao Cerec”. Desde então, o Presidente Gonzalo vem recebendo a atenção médica.
“O Comitê Técnico Cerec continua realizando o monitoramento permanente do estado de saúde do recluso e irá proceder a um relatório sobre isso em tempo hábil”, conclui o comunicado.
Segundo comunicado do Movimento Popular Peru (organismo do PCP para o trabalho internacional), o objetivo atual do velho Estado peruano é de, com a aplicação de táticas de Guerra de Baixa Intensidade (GBI), aniquilar o Presidente Gonzalo. Para tanto, vale-se da manutenção do seu isolamento absoluto e perpétuo na Base da Marinha de Guerra, em uma cela individual e só tendo contato com o mundo exterior por intermédio de seus algozes, passível a manipulações e a toda sorte de torturas psicológicas. Nesse objetivo, a Linha Oportunista de Direita (LOD) peruana*, a reação peruana e os serviços de inteligência do imperialismo ianque (CIA) atuam em convergência no objetivo de assassiná-lo e manchar sua imagem de chefe da Revolução Peruana e da Revolução Proletária Mundial.
Em 18/07, os revisionistas da LOD, inimigos da Guerra Popular no Peru, emitiram, através de Elena Yparraguirre (a “Míriam”), solicitação para visitar a cela do Presidente Gonzalo.
O prisioneiro de guerra mais importante do mundo
Completam-se 29 anos que o Presidente Gonzalo é prisioneiro de guerra na prisão naval de Callao, abaixo do nível do mar, em isolamento completo. Condenado à prisão perpétua pelos tribunais do velho Estado peruano através de um processo fraudulento, com base nas leis penais inválidas da constituição fascista de Fujimori, ele se encontra separado do povo e do PCP, que dirigiu até sua prisão, em 1992.
Em 2020 foi feito um pedido de prisão domiciliar por seu advogado. A requisição veio face à pandemia da Covid-19 e à alta taxa de infecção dentro dos presídios peruanos. O pedido foi negado pelo velho Estado peruano, enquanto Fujimori, verdugo e genocida do povo peruano, recebeu no mesmo período indulto humanitário.
A defesa da vida e saúde do Presidente Gonzalo
A partir da prisão do Presidente Gonzalo, em 1992, iniciou-se uma campanha internacional pela sua liberdade e em defesa da sua vida e saúde. A campanha teve repercussão internacional, realizando ações em defesa do Presidente Gonzalo. As atividades aconteceram em todos os continentes, abarcando várias dezenas de países. Advogados do povo internacionalistas de todo o mundo se apresentaram para desmascarar a farsa de sua condenação e fazer sua defesa jurídica.
No ano 2000, como parte da sua “solução política”, a LOD declarou que já não era necessário defender a vida do Presidente Gonzalo, procurando em vão desativar a campanha internacional pela defesa da vida e saúde do presidente, de acordo com o MPP; para logo em seguida mudar a Linha Política Geral estabelecida pelo Presidente Gonzalo, como forma de abrir caminho para abandonar a Guerra Popular e se render ao velho Estado, enquanto buscam se ancorar em sua reconhecida autoridade ideológica e política.
Entretanto, derrotando os sinistros planos da reação peruana, do imperialismo e do revisionismo, a campanha pela vida e saúde de Abimael Guzmán, o Presidente Gonzalo, continua vigorosa até hoje. A última oportunidade em que pôde, livre e publicamente manifestar-se, em 1992, após sua captura, o Presidente Gonzalo rechaçou toda e qualquer possibilidade de firmar acordos de paz com o velho Estado peruano, instando os comunistas, combatentes revolucionários e povo peruano a prosseguir com a Guerra Popular até a conquista do Poder em todo o país.
Centenas de ativistas, democratas e organizações demonstraram seu internacionalismo proletário e a certeza no triunfo da Guerra Popular no Peru.
A atual situação política no Peru
Conforme publicado pelo MPP, na nota Situação política e a tarefa de defesa do Presidente Gonzalo, o atual problema imposto aos comunistas peruanos é seguir o labor do Presidente Gonzalo, reorganizando o Partido para impulsionar a Guerra Popular, tal como aquele indicou em seu último pronunciamento: “Para nós o problema é reduzido em síntese a um: persistir na reorganização geral do Partido (RGP) em e para a Guerra Popular a fim de continuar desenvolvendo-o para conquistar o Poder em todo o país, culminando assim a Revolução Democrática, passar imediatamente e sem interrupção para desenvolver a Revolução Socialista com a Guerra Popular e através de sucessivas Revoluções Culturais entrar com toda a humanidade no sempre dourado comunismo”.
As declarações do novo governo de turno, que se compromete a lutar contra a Guerra Popular, se dão em meio aos esforços, ainda de acordo com o MPP, de “continuar a impulsionar a tarefa da Reorganização Geral do Partido Comunista do Peru, firmemente sujeitos à chefatura do Presidente Gonzalo e seu todopoderoso pensamento gonzalo, na e pela Guerra Popular, lutando até a morte contra a LOD revisionista e capitulacionista, seja qual for a forma que ela se apresente”.
Nota:
* Linha revisionista surgida nas prisões com a traição de antigos dirigentes do PCP que passaram a desenvolver uma Linha Oportunista de Direita (LOD), revisionista e capitulacionista, que descartava a Guerra Popular Prolongada. A LOD advoga que, com o desenvolvimento da Guerra Popular e do Novo Poder nas regiões onde este foi instaurado, a semifeudalidade foi destruída e o desenvolvimento da economia agrária peruana passou à forma capitalista, no fundamental, razão pela qual a luta devia concentrar-se nas cidades e cuja forma de empreender a luta revolucionária seria um trabalho de acumulação fria de forças para a Revolução Socialista, como se essa fosse a etapa na qual se encontra a Revolução Peruana. Como apêndice, nas condições de novas dificuldades encontradas pela Revolução Peruana, passam a defender que já não era necessária a defesa da vida do Presidente Gonzalo, e que cabia aos revolucionários peruanos realizar um “Segundo congresso” para se contrapor ao I Congresso do PCP, dirigido pessoalmente pelo Presidente Gonzalo.