Monday, April 19, 2021

ESTUDIOS AGRARIOS BRASIL: Polícia faz prisões arbitrárias nas terras do antigo latifúndio Santa Elina e ilegalidades se multiplicam em Corumbiara

Viaturas e policiais se concentram na sede do latifúndio Nossa Senhora Aparecida

A campanha criminalizadora promovida pelo governo do reacionário Marcos Rocha e seu carniceiro Secretário de Segurança José Hélio Cysneiros Pachá contra os camponeses da região onde ocorreu a Heroica Resistência Camponesa de Corumbiara tem efetuado uma série de prisões ilegais nos municípios de Corumbiara e Chupinguaia.

Numa campanha de criminalização e perseguição aberta contra os camponeses que ocupam as últimas terras da antiga Fazenda Santa Elina e o movimento popular Liga dos Camponeses Pobres (LCP) , pessoas identificadas como relacionadas a organização popular de luta pela terra ou ao Acampamento Manoel Ribeiro têm sido ilegalmente encarceiradas.

Uma camponesa identificada pela polícia como ex-acampada foi abordada num movimentado bar da área Maranatã I e presa sob a infundada acusação de “ter participado da ocupação”.

A trabalhadora foi mantida 2 dias encarceirada arbitrariamente em Vilhena (cidade que fica há cerca de 131 km de distância do município de Corumbiara) e submetida a constrangedores interrogatórios nos quais os agentes de repressão exigiam saber informações sobre a suposta existência de armas e lideranças no Acampamento Manoel Ribeiro.

Denúncias dão conta também de que antigos apoiadores da luta pela terra residentes no distrito de Guaporé foram ilegalmente presos e interrogados a respeito do Acampamento Manoel Ribeiro.

Policiais a paisana também tem circulado em caminhonetes pretas movendo uma verdadeira caçada contra os trabalhadores que eles julgam apoiar a luta pela terra na região.

Agressões policiais contra camponeses aumentam

Nas últimas semanas um dos filhos de um camponês vizinho ao Acampamento foi violentamente abordado enquanto trabalhava tratando do gado nas imediações de sua residência.

Segundo a denúncia, os policiais agarraram o jovem menor de idade pelo pescoço, desferiram golpes contra ele e exigiram saber informações sobre camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro e possíveis lideranças.

As agressões só não foram maiores pois o pai do jovem, alertado por vizinhos que presenciaram a covardia, foi de encontro ao rapaz e interrompeu a violência policial, impedindo inclusive que o jovem fosse preso por falsas acusações.

Camponeses denunciam que estão sendo abordados inclusive durante o trabalho dentro de seus lotes e inquiridos a respeito de suas atitudes, encardas como “suspeitas” por estes policiais invasores que não respeitam ninguém.

Outros pais de família denunciaram também que foram abordados na frente de seus lotes, chamados de vagabundos e agredidos com chutes e ponta-pés pelos violadores da lei chamados de policiais.

Se durante mais de 6 meses os policiais guaxebas* atuaram clandestinamente dentro do latifúndio Nossa Senhora Aparecida à serviço do ladrão de terras Antônio Borges Afonso, conhecido pela alcunha de “Toninho Miséria” (Entenda mais sobre o caso aqui), agora os policiais continuam a atuar em favor do latifúndio, porém desta vez com carta branca dada pelo governo do Marcos Rocha e seu Secretário de Segurança carniceiro Pachá para cometer todo tipo de arbitrariedades contra as famílias trabalhadoras, conforme as denúncias comprovam.

*Guaxeba: termo popular usado em Rondônia e região para designar pistoleiros, homens armados contratados pelos latifundiários para fazer a vigilância das terras roubadas e cometer crimes, principalmente contra camponeses.



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