A Guerra Popular não pode ser cessadaO Partido Comunista do Peru (PCP), reconstituído depois de 17 anos de titânica luta de duas linhas vanguardeada pela Fração Vermelha sob a chefatura de Abimael Guzmán Reynoso — o Presidente Gonzalo —, em 1980, declarou guerra ao velho Estado peruano, com o objetivo de estabelecer a República Popular do Peru, por meio da guerra popular.
Presidente Gonzalo, chefatura do PCP, 1992.
Nesse mesmo ano, no dia 17 de maio, uma coluna guerrilheira tomou de assalto um posto de votação em plena eleição geral, no povoado de Chuschi, departamento de Ayacucho, e incendiou as urnas levantando as consignas Viva a luta armada! e Viva o governo de operários e camponeses! Daquele povoado ecoou o chamado às massas e revolucionários peruanos a derrubar a velha ordem e, desde então, cresceu e se espalhou pelos Andes, costas e selvas, e mesmo os duros golpes da reação que levou à caída do Comitê Central e do Presidente Gonzalo nunca puderam realizar seu vão sonho de aniquilar a guerra popular, que agora completa 37 anos de marcha.
ENCARCERAMENTO E LUTA DE DUAS LINHAS
Após a prisão do Presidente Gonzalo e a queda do Comitê Central, em 1992, aparece uma linha oportunista de direita (LOD) capitulacionista e revisionista que, como parte da patranha da CIA ianque e dos serviços de inteligência do velho Estado peruano, propõe “acordo de paz”, proposta esmagada pela continuidade da guerra popular. Posteriormente a LOD levanta as bandeiras rotas de “solução política aos problemas derivados da guerra” e “anistia e reconciliação nacional”, tendo como cabeça a ratazana Miriam. Todas as ações da LOD, em conluio com os operativos da reação, conduzem à explosão da direção do PCP (o então Comitê Central de Emergência), descabeçando a guerra popular, separando a guerrilha da luta das massas.
Os revisionistas negam a Base de Unidade Partidária: o marxismo-leninismo-maoismo pensamento gonzalo, a chefatura do Presidente Gonzalo, a linha política geral e o programa do histórico I Congresso de 1988. Negam, em síntese, as leis universais do maoismo e os aportes do pensamento gonzalo, tais como: a Revolução de Nova Democracia no Peru, tendo no campesinato a força principal, unindo a luta econômica das massas à luta pelo Poder, por meio da direção do Partido Comunista militarizado para dirigir a guerra popular — campo como palco principal e cidade como complemento necessário —, partido que é eixo e centro dos três instrumentos fundamentais da revolução compostos ainda pelo Exército Popular — massas armadas e militarizadas — e a Frente Única Revolucionária para aglutinar amplas massas na luta reivindicativa e pelo poder, além de nutrir os outros dois instrumentos servindo à revolução. Negam ainda a ofensiva estratégica da Revolução Proletária Mundial, a bancarrota do revisionismo no mundo e a agudização de todas as contradições.
REORGANIZAÇÃO GERAL EM MEIO A GUERRA POPULAR
Desde então, enquanto os revisionistas levantam a suposta derrota da guerra popular e do partido e a impossibilidade de prosseguir com a luta armada, o PCP segue se reorganizando. “O desenvolvimento da Reorganização Geral do Partido em meio a guerra popular mostra que ela está mais próxima da sua brilhante culminação”, afirmou o Movimento Popular Peru (Comitê de Reorganização) — MPP (CR).
Segundo a mesma fonte em 2016, em pronunciamento por ocasião do 88º aniversário de sua fundação, o PCP assumiu uma série de ações da guerra popular nos departamentos de Huacho, Huancavelica, Cuzco, Ayacucho e na região metropolitana da capital Lima.
Em entrevista realizada em 2013, publicada pelo MPP (CR), em março de 2017, a Camarada Laura, dirigente do PCP e comandante do Exército Popular de Libertação (EPL) no VRAEM (Vale dos Rios Apurimac, Ene e Mantaro), afirmou: “Vale recordar que o Partido sempre esteve presente: nosso centro é combater. Nossa base é o proletariado e o povo. Nosso caminho é a guerra popular. Nosso objetivo é a República Popular do Peru. Nossa ideologia é o marxismo-leninismo-maoismo pensamento gonzalo. Nossa meta final é a Revolução Proletária Mundial e o Comunismo”. “No que deu a chamada ‘derrota do sendero’, ‘derrota do terrorismo’, ‘acordo de paz’? Cremos firmemente que tudo isto é uma infâmia contra o Partido. Com fervor revolucionário desfraldamos ao vento as bandeiras vermelhas da rebelião. Viva a Guerra Popular! A Rebelião se justifica! Tomar os céus de assalto! Nossa arma invencível: O marxismo-leninismo-maoismo pensamento gonzalo. Os reacionários dizem: rendam tuas armas. Nós respondemos: Venham tomá-las!”.