terça-feira, 20 de março de 2018
DENÚNCIA: ATAQUE DE PISTOLEIROS CONTRA CAMPONESES DA FRENTE NACIONAL DE LUTA CAMPO E CIDADE NO LATIFÚNDIO NORTE AMÉRICA EM CAPITÃO ENÉAS, NORTE MINAS, É CRIME ENCOMENDADO, PREMEDITADO E TEM A COBERTURA DO ESTADO E DO MONOPÓLIO DA IMPRENSA
Reproduzimos a seguir
importante denúncia da Liga dos Camponeses Pobres sobre o ataque covarde
desferido pelo latifúndio em conluio com o Estado contra camponeses combativos
do Movimento Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) ocorrido no último 8
de março.
"A Comissão Nacional das Ligas
de Camponeses Pobres manifesta seu total apoio aos companheiros da FNL diante
do covarde ataque de pistoleiros ocorrido na tarde de quinta feira, 08 de
março, Dia Internacional da Mulher Proletária, contra os camponeses que no mês
de fevereiro haviam ocupado a sede deste latifúndio, avançando na luta.
São ridículas e mentirosas as
manchetes do monopólio da imprensa para divulgar os fatos. “Troca de tiros”,
G1; “Conflito Agrário”, Estado de Minas; “Conflito em Fazenda”, O Tempo; o que
houve foi um ataque covarde, uma emboscada, com alvos premeditados, pistoleiros
armados contra camponeses desarmados. E das informações divulgadas (até agora
só apareceu a versão da polícia e em algumas reportagens declarações da
“gerente” do latifúndio, nenhum companheiro da FNL foi ouvido), o que aparece é
um companheiro que seria da liderança gravemente ferido, no hospital correndo
risco de vida, com tiros na cabeça e no corpo, um outro camponês ferido à bala,
e diversos camponeses espancados.
A declaração da “gerente” do
latifúndio Andréia Beatriz (qual o sobrenome da sujeita, senhores, informem, ou
só pobres merecem ser identificados?) é uma confissão de culpa cristalina:
“A
gerente da fazenda, Andreia Beatriz, alega que foi informada de um roubo de
gado na propriedade e quando iria fazer um boletim de ocorrência soube do
tiroteio na Norte América. Segundo ela, alguns funcionários da fazenda foram
enviados à propriedade para pegar ração, e acabaram sendo confundidos com
autores do tiroteio, sendo presos pela PM.”
É evidente que “fazer um
boletim de ocorrência” era um álibi, estar em outro local, de preferência
público, quando os pistoleiros de sua quadrilha atacassem os camponeses e
eliminassem seus líderes.
E mais absurdas ainda são as
imagens divulgadas pela polícia das armas “apreendidas” com os “suspeitos”, os
tais “funcionários” da fazenda:
O que aconteceu foi: quem não
era reconhecido como “funcionário da fazenda” (e legalmente nenhum era, pois
duvidamos que algum deles tenha a carteira de trabalho assinada) saiu fora com
as armas do crime.
E a revolta só aumenta quando
nos deparamos com o lixo que escreve o monopólio da imprensa, como os trechos
que reproduzimos da “matéria” do G1:
“Até o
momento, de acordo com a polícia, seis pessoas foram detidas por suspeita de
envolvimento no crime.”
“Cerca
de 120 sem terras, integrantes do FNL, participaram da invação na Fazenda Norte
América.” (o erro é do G1)
Quando é no Rio de Janeiro e a
polícia prende pobres, no mínimo são “traficantes” ou “bandidos”, quando é
pistoleiro do latifúndio, “pessoas” “trabalhadores da fazenda”; e os camponeses
não são “pessoas”, são “120 sem terras”.
Que nojo!
Tudo isso para acobertar a
quadrilha que gerencia e assalta o país (em Minas, Temer e Pimentel são grandes
aliados), dos quais os pistoleiros do latifúndio escravocrata são peças-chave
(Leo Andrade, o latifundiário, é da mesma família Andrade do Pará, conhecida
por posses ilegais de terras, crimes, trabalho escravo e matanças).
No ano passado, em 2017,
pistoleiros deste mesmo latifúndio foram presos armados, um seria de Minas e
outro do Pará, quando atacaram integrantes do MST que então organizava a luta
pela área. A FNL, junto com os mesmos camponeses que não aceitavam desvios no
caminho da luta, encampou a retomada da terra. Esta luta se soma com a luta da
Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia pelas terras de
Cachoeirinha.
Conclamamos ao apoio imediato
de todas as entidades democráticas aos companheiros atacados, que todos cobrem
do Estado, façam vigílias no hospital para garantir a vida dos companheiros
internados e que ainda podem ser atacados, apóiem as famílias das vítimas.
Conclamamos que se realizem
atos de protesto e denúncia.
E também que as lutas dos camponeses
do Norte de Minas recebam todo o apoio que merecem e precisam.
Viva a
Retomada do Latifúndio Norte América!
Viva a
luta dos Posseiros de Cachoeirinha!
Total
apoio e solidariedade aos companheiros da FNL!
Morte ao
latifúndio!
Viva a
Revolução Agrária!
Comissão
Nacional das Ligas de Camponeses Pobres
Belo
Horizonte, 09 de Março de 2018"
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018
CAMPONESES RESISTEM AOS ATAQUES DO LATIFÚNDIO E TENTATIVAS DE DESPEJO EM LAGOA DOS GATOS- PE
Reproduzimos a importante denúncia que recebemos da Liga dos Camponeses Pobres- Nordeste:
"Há mais de 15 anos cerca de 80 famílias conquistaram a fazenda Riachão
de Dentro (Lagoa dos Gatos – PE) e neste período foram inúmeras as
tentativas do latifúndio de frear nossa luta. Os camponeses resistiram
ao longo dos anos sete despejos e tem desenvolvido sua organização e
produção chegando hoje a ser de forma inconteste a área camponesa mais
produtiva do município e uma das mais prósperas da região. Atualmente, o
velho Estado a serviço dos supostos herdeiros do antigo latifundiário,
entre eles o atual secretário de agricultura do município, enviou para o
batalhão de choque da PM de Caruaru um mandato de reintegração
irregular, sem notificar os camponeses, o Incra nem a promotoria
agrária.
Desde a realização do Corte Popular em 2009, quando cada família recebeu
sua parcela, toda a terra que antigamente só tinha mato, gado e
carrapato, se transformou em roças de irrigação altamente produtivas.
Atualmente os camponeses produzem banana, macaxeira, mandioca, milho,
batata, feijão, alface, coentro
e muitas mais lavouras. Hoje ao longo das mais de 600 hectares, os
camponeses construíram com grande trabalho muitas casas de alvenaria,
casa de farinha, poços, barragens, cacimbas, cisternas e muitas mais
benfeitorias. A Área Revolucionária José Ricardo é um exemplo concreto
da superioridade do caminho democrático que está se abrindo com a
Revolução Agrária em relação ao caminho latifundiário dessa velha
sociedade semifeudal e semicolonial sob a qual se desenvolve um
capitalismo burocrático.
Ao longo dos anos, sob a bandeira da Liga dos Camponeses Pobres, os
camponeses tem forjado uma alta organização, funcionando regularmente as
Assembleias Populares, o Comitê de Defesa da Revolução Agrária (CDRA), a
Escola Popular, o Movimento Feminino Popular e a associação, ademais
participando de campanhas democráticas e revolucionárias nacionais e
internacionais.
A
ordem de despejo, como divulga sem vergonha um dos “herdeiros”, é de
“queimar tudo” o que construíram os camponeses ao longo dos anos. Ordem
absurda e reacionária que é uma verdadeira declaração de guerra contra
os camponeses. Os tambores estão retumbando por todo o município. Nesta
semana os camponeses conseguiram o posicionamento do Ministério Público
de suspender durante 90 dias o mandado de reintegração e seguem exigindo
que o INCRA cumpra a sua velha promessa de regularização. O clima na
Área Revolucionária José Ricardo é de firmeza e combate. Os camponeses
anunciam que não permitirão que destruam suas conquistas nem os despejem
de suas terras.
No
dia 09 de fevereiro foi realizada uma contundente manifestação na sede
do município com a participação de 150 camponeses de Riachão de Dentro,
com o apoio de camponeses das Áreas Revolucionárias Renato Nathan e
Rosalvo Augusto de Alagoas, e estudantes da Executiva Nacional dos
Estudantes de Pedagogia e do MEPR. A manifestação e a defesa da Área
Revolucionária José Ricardo ganhou o apoio generalizado de pequenos
comerciantes, marchantes, professores e o povo em geral do município.
O mandato de despejo contra a Área Revolucionária José Ricardo faz parte
do ataque que o velho Estado continua aprofundando contra a luta
camponesa pela terra e a luta do povo das cidades ao longo do país. A
Área Revolucionária José Ricardo abastece o município e a região,
garantindo alimentos e reduzindo o custo de vida. Chamamos a todos os
camponeses, operários, pequenos comerciantes, intelectuais honestos,
democratas e revolucionários a apoiarem a luta dos camponeses da Área
Revolucionária José Ricardo.
Viva a Revolução Agrária!
Terra para quem nela vive e trabalha!
O Povo quer terra e não repressão!
Morte ao latifúndio!
Combater e Resistir!
Liga dos Camponeses Pobres - Nordeste "