Friday, July 16, 2021

A NOVA DEMOCRACIA BRASIL: Bolsonaro, a ilusão constitucional e o golpismo dos generais.- Bolsonaro, la ilusión constitucional y el golpe de generales

Jailson de Souza

    09 Julho 2021

 

Bolsonaro, a ilusão constitucional e o golpismo dos generais

 


General Eduardo Pazuello, carniceiro do Ministério da Saúde, depõe na CPI da Covid. Foto: Sergio Lima/AFP

 

Avançam no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Senado, respectivamente, duas iniciativas da direita parlamentar, com o beneplácito do Alto Comando das Forças Armadas (ACFA), que têm isolado Jair Bolsonaro: o inquérito dos ataques às instituições e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Longe de ser estes os ambientes nos quais será decidida a sorte das massas populares – muito ao contrário –, é neles que se pode auferir o grau de isolamento de Bolsonaro e uma vez mais o fracasso da ofensiva da extrema-direita, com inevitável novo recuo à defensiva, pelo menos para o momento.

 

Em oito meses de investigações, sob o comando da Polícia Federal (PF) e sob supervisão do STF na pessoa de Alexandre de Moraes, a primeira iniciativa já vinculou ministros, assessores de ministros e figuras as mais baixas, como blogueiros, projetos de jornalistas e outros arremedos de seres humanos aos chamados atos antidemocráticos, patrocinados pela extrema-direita. Tudo aponta para o Palácio do Planalto, combinada com a “artilharia pesada” de notícias falsas (mal chamadas fake news), que investigações também indicam partir do palácio presidencial.

 

Noutro terreno, o da CPI, Renan Calheiros e Omar Aziz – os democratas de fancaria (a que ponto chegou a situação do país, para senhorzinhos feudais dessa estirpe serem o bastião da democracia!) seguem colhendo provas e evidências, já há muito sabidas, de que toda a aparente negligência do governo em comprar vacinas e aplicar os métodos de prevenção ao novo coronavírus era, na verdade, projeto deliberado.

 

Em ambas as iniciativas, a direita tradicional não aponta diretamente a Bolsonaro, e nisso está o “assessoramento” impositivo da direita militar no ACFA. Trata-se de manobra para pressioná-lo, mas oferecendo-lhe uma saída: submeter-se ao governo militar de fato e concluir seu mandato aplicando as diretivas vindas dos generais lotados nos ministérios e deixar de criar distúrbios na opinião pública. Carlos e Eduardo Bolsonaro, seus filhos, são alguns dos alvos estratégicos imediatos de ambas as iniciativas, como tendões de Aquiles do patriarca fascista.

 

As forças movimentam-se

 

A aliança temporária que fazem o ACFA e a direita tradicional parlamentar para cercar Bolsonaro, todavia, é extremamente frágil e em tudo temporária. Primeiro porque os generais manejam as suas ações políticas baseados no apaziguamento com as investidas ultrarreacionárias daquele. Além do mais, a direita tradicional tem seus próprios interesses, quais sejam, barrar os planos da ofensiva contrarrevolucionária preventiva – que por sua vez, foi desatada e segue sendo dirigida pelo ACFA, em pugna e conluio com a extrema-direita bolsonarista – que buscam impor uma assepsia nas instituições para expurgar aqueles desmoralizados diante da opinião pública – ou seja, sendo gentil, a imensa maioria do Congresso – e ainda retirar funções do legislativo para impor um poder o mais concetrado possível no executivo, com a máscara constitucional por trás da qual opera a força militar como Poder Moderador. Ademais, a direita parlamentar é essencialmente fisiológica, dado seu fracionamento em diferentes grupos de poder, correspondente à anarquia de uma base econômica semifeudal e semicolonial. Diante do radicalismo bolsonarista, entretanto, até mesmo tal aliança é temporariamente viável.

 

Ao ACFA tal aliança com a direita tradicional tem sua função, pois se trata de um meio de cercar Bolsonaro e emparedá-lo, obrigando-o a sujeitar-se aos planos dos generais – não que a direita tradicional esteja de acordo com tais planos, mas, diante do radicalismo bolsonarista, se veem obrigados a tal aliança. O objetivo é enfraquecê-lo – não a tal ponto que enfraqueça as próprias Forças Armadas (FA) – e fortalecer uma candidatura de centro-direita amestrada e obediente às três tarefas reacionárias* e ao golpe em marcha. Ao mesmo tempo, a ofensiva contrarrevolucionária não pode permitir o fortalecimento de uma candidatura da esquerda oportunista eleitoreira, questão inaceitável para a extrema-direita e que, caso viesse a ocorrer, seria utilizada como senha para agitar os quartéis e culminar o golpe militar.

 

Para a direita militar, depor o falastrão fascista antes das eleições é algo incogitável, exatamente pelo temor dos generais de que qualquer movimento neste sentido seria o pretexto para que Bolsonaro precipitasse um levante militar que pudesse ameaçar seriamente a unidade e a hierarquia das FA reacionárias. Por outro lado – e é aqui que morrerão, traídos, os liberais e socialistas pequeno-burgueses que apostam numa aliança com a “ala legalista” das FA – também está fora de cogitação para o ACFA deixar que um impeachment o deponha, pois levaria às mesmas consequências nas tropas. Situações como esta ocorreram, no passado, desde 1935, e ante a possibilidades de divisão na força, os generais e coronéis “legalistas” se unificaram com os golpistas na posição mais reacionária. Ainda mais no caso em questão em que o ACFA, divergindo de Bolsonaro em impor um novo regime militar, pugna pela direção da ofensiva contrarrevolucionária preventiva para dar saída à grande crise por meio de um presidencialismo absolutista com um parlamento e Cortes de justiça com poderes totalmente limitados.

 

O mesmo desfecho pode se dar se ficar claro, para o ACFA, que o resultado das eleições não será o que corresponde aos planos da ofensiva contrarrevolucionária, cancelando-a com base em uma patranha qualquer. Pronunciamentos de oficiais, da reserva e da ativa, indicam que essa porta também está aberta.

 

O crime político do oportunismo

 

Já o oportunismo eleitoreiro, como se vê, são como cegos incorrigíveis. Ou melhor: são verdadeiros demagogos de marca maior! Em sua posição no alto dos castelos da burocracia sindical e partidária, nos palacetes da aristocracia operária, alguns não podem ver e outros simplesmente negam a verdade que está a sua frente: as normas “democráticas” valem, ainda menos hoje, do que valeram um dia.

 

A falsa esquerda aposta tudo em 2022 e, para tanto, busca não radicalizar contra Bolsonaro nas ruas – como consequência imediata, não levantam as reivindicações econômicas mais sentidas das massas e tampouco mobilizam-nas, não indo nada mais além de um chororô de “Fora Bolsonaro!”. Como a direita tradicional parlamentar, centram tudo na “luta parlamentar”. Se bem que foram obrigados a sair debaixo da cama, os oportunistas vão às ruas para pacífica e ordeiramente protestar pelo impeachment e uma união nacional nas eleições. A depender de suas ações, entregariam as massas desarmadas para serem conduzidas pela direita parlamentar e pelo fascismo, polarizando-as nesses dois polos reacionários, num embate no qual nada, definitivamente nada, poderão as massas ganhar.

 

O caminho da luta

 

Não cansaremos de indicar que apenas o caminho da mobilização audaz das massas populares, levantadas com reivindicações claras e precisas, a começar por aquelas de caráter econômico-reivindicativo e no curso mesmo das mobilizações estender às de caráter político, é que pode toda a situação política transformar-se radicalmente, barrando a ofensiva contrarrevolucionária e conquistando vitórias, imediatas e estratégicas, para o proletariado e as demais classes revolucionárias.

 

* Três tarefas reacionárias: 1) tirar o capitalismo burocrático da recessão mediante contrarreformas que acentuem a exploração das massas populares e a entrega da Nação ao imperialismo; 2) reestruturar o velho Estado, estabelecendo um sistema político com centralização de Poder no Executivo com restrições ao parlamento e à Suprema Corte; e 3) militarizar ainda mais a sociedade e impor leis penais de exceção para conjurar o perigo de revolução.

 

 

 Redacción ANF

Carcelero de Souza

    09 julio 2021

 

Bolsonaro, la ilusión constitucional y el golpe de generales

 


El general Eduardo Pazuello, carnicero del Ministerio de Salud, testifica en el CPI de Covid. Foto: Sergio Lima / AFP

 

Dos iniciativas de la derecha parlamentaria avanzan en el Tribunal Supremo Federal (STF) y en el Senado, respectivamente, con la aprobación del Alto Mando de las Fuerzas Armadas (ACFA), que han aislado a Jair Bolsonaro: la investigación de atentados a instituciones. y la Comisión Parlamentaria de Investigación Covid (CPI). Lejos de ser estos entornos en los que se decidirá el destino de las masas populares -muy al contrario-, es en ellos donde se aprecia el grado de aislamiento de Bolsonaro y una vez más el fracaso de la ofensiva de extrema derecha, con una inevitable novedad retírate a la defensiva, al menos por el momento.

 

En ocho meses de investigaciones, bajo el mando de la Policía Federal (PF) y bajo la supervisión del STF en la persona de Alexandre de Moraes, la primera iniciativa ya ha vinculado a ministros, asesores de ministros y las cifras más bajas, como los blogueros. , proyectos de periodistas y otras imitaciones humanas de los llamados actos antidemocráticos, promovidos por la extrema derecha. Todo apunta al Palácio do Planalto, combinado con la “artillería pesada” de las noticias falsas (mal llamadas fake news), que las investigaciones también señalan que parte del palacio presidencial.

 

Por otra parte, el del PCI, Renan Calheiros y Omar Aziz, los demócratas bravucones (¡hasta dónde ha llegado la situación del país, para que los señores feudales de ese linaje sean el bastión de la democracia!) Continúan reuniendo pruebas y evidencias, ya conocidas desde hace mucho tiempo. Durante mucho tiempo, toda la aparente negligencia del gobierno en la compra de vacunas y la aplicación de métodos de prevención al nuevo coronavirus fue en realidad un proyecto deliberado.

 

En ambas iniciativas, la derecha tradicional no apunta directamente a Bolsonaro, y en eso está el imponente “consejo” de la derecha militar en ACFA. Es una estratagema para presionarlo, pero ofreciéndole una salida: someterse al gobierno militar de facto y concluir su mandato aplicando las directivas provenientes de los generales adscritos a los ministerios y dejar de generar disturbios en la opinión pública. Carlos y Eduardo Bolsonaro, sus hijos, son algunos de los blancos estratégicos inmediatos de ambas iniciativas, como los tendones de Aquiles del patriarca fascista.

 

las fuerzas se mueven

 

Sin embargo, la alianza temporal hecha por ACFA y la derecha parlamentaria tradicional para rodear a Bolsonaro es extremadamente frágil y temporal. Primero, porque los generales manejan sus acciones políticas con base en el apaciguamiento con los ataques ultrarreaccionarios de los primeros. Además, la derecha tradicional tiene sus propios intereses, a saber, detener los planes de la ofensiva contrarrevolucionaria preventiva -que a su vez fue desencadenada y sigue siendo liderada por ACFA, en lucha y connivencia con la extrema derecha "polandarista" - que buscan imponer una asepsia a las instituciones para depurar a los desmoralizados frente a la opinión pública - es decir, siendo amables, la gran mayoría del Congreso - y también retirar funciones legislativas para imponer un poder lo más concentrado posible en el ejecutivo, con la máscara constitucional detrás del cual la fuerza militar opera como un poder moderador. Además, la derecha parlamentaria es esencialmente fisiológica, dada su división en diferentes grupos de poder, correspondiente a la anarquía de una base económica semifeudal y semicolonial. Sin embargo, frente al radicalismo de Pocketnarist, incluso una alianza así es viable temporalmente.

 

Para la ACFA, tal alianza con la derecha tradicional tiene su función, ya que es un medio de rodear a Bolsonaro y encerrarlo, obligándolo a someterse a los planes de los generales, no que la derecha tradicional esté de acuerdo con tales planes, sino , frente al radicalismo pocketnarista, se ven obligados a tal alianza. El objetivo es debilitarlo, no hasta el punto de debilitar también a las propias Fuerzas Armadas (FA), y fortalecer una candidatura de centro derecha entrenada y obediente a las tres tareas reaccionarias * y al golpe de estado en curso. Al mismo tiempo, la ofensiva contrarrevolucionaria no puede permitir el fortalecimiento de una candidatura electoral oportunista de izquierda, un tema inaceptable para la extrema derecha y que, de ocurrir, se usaría como contraseña para agitar los cuarteles y culminar el golpe militar. .

 

Para la derecha militar, deponer el bocazas fascistas antes de las elecciones es impensable, precisamente por el temor de los generales de que cualquier movimiento en esta dirección sea el pretexto para que Bolsonaro precipite un levantamiento militar que podría amenazar seriamente la unidad y jerarquía de los reaccionarias FA. Por otro lado -y aquí es donde morirán traicionados los pequeños burgueses liberales y socialistas que apuestan por una alianza con el "ala legalista" del FA- también está fuera de discusión que el ACFA deje que un juicio político lo derroque , ya que conduciría a las mismas consecuencias en las tropas. Situaciones como ésta se han dado en el pasado, desde 1935, y ante la posibilidad de una división de fuerzas, los generales y coroneles “legalistas” se unieron a los golpistas en la posición más reaccionaria. Más aún en el caso en cuestión en el que el ACFA, divergiendo de Bolsonaro en la imposición de un nuevo régimen militar, lucha por la dirección de la ofensiva contrarrevolucionaria preventiva para salir de la gran crisis a través de un presidencialismo absolutista con parlamento y tribunales. de la justicia con plenos poderes limitados.

 

El mismo desenlace puede suceder si queda claro, para ACFA, que el resultado de las elecciones no será el que corresponde a los planes de la ofensiva contrarrevolucionaria, anulándola sobre la base de alguna palabrería. Declaraciones de oficiales, reserva y servicio activo indican que esta puerta también está abierta.

 

El crimen político del oportunismo

 

El oportunismo electoral, por otro lado, resulta que son como ciegos incorregibles. O mejor dicho: ¡son verdaderos demagogos con una marca más grande! En su posición en la cima de los castillos de la burocracia sindical y del partido, en los palacios de la aristocracia obrera, algunos no pueden ver y otros simplemente niegan la verdad frente a ellos: las normas “democráticas” valen aún menos hoy que valían la pena una mañana.

 

La falsa izquierda apuesta todo por el 2022 y, para eso, busca no radicalizarse contra Bolsonaro en las calles - como consecuencia inmediata, no levantan las demandas económicas más sentidas de las masas ni las movilizan, no van más allá de un grito de “ ¡Fuera Bolsonaro! ”. Como la derecha parlamentaria tradicional, centran todo en la “lucha parlamentaria”. Aunque forzados a salir de debajo de la cama, los oportunistas salen a las calles para protestar de manera pacífica y ordenada por el juicio político y la unidad nacional en las elecciones. Dependiendo de sus acciones, entregarían a las masas desarmadas para ser dirigidas por la derecha parlamentaria y el fascismo, polarizándolas en estos dos polos reaccionarios, en un choque en el que nada, definitivamente nada, pueden ganar las masas.

 

el camino de la lucha

 

No nos cansaremos de señalar que solo el camino de la movilización audaz de las masas populares, planteadas con demandas claras y precisas, partiendo de las de carácter económico-reivindicativo y, en el transcurso de las movilizaciones, se extienden a las de carácter político. , que toda la situación política puede transformarse radicalmente, bloqueando la ofensiva contrarrevolucionaria y obteniendo victorias inmediatas y estratégicas para el proletariado y las demás clases revolucionarias.

 

* Tres tareas reaccionarias: 1) sacar al capitalismo burocrático de la recesión mediante contrarreformas que acentúen la explotación de las masas populares y la rendición de la Nación al imperialismo; 2) reestructurar el viejo Estado, instaurando un sistema político con centralización del poder en el Ejecutivo, con restricciones al parlamento y al Tribunal Supremo; y 3) militarizar aún más la sociedad e imponer leyes penales excepcionales para evitar el peligro de una revolución.