GIOVANNA SCHAIDHAUER 18 JUNHO 2020
Dustin Chambers/Getty Images
Nos dias 13, 14 e 15 de junho no USA, milhares de pessoas inundaram as ruas de Atlanta para protestar contra mais um assassinato cometido pela polícia: um homem de negro foi assassinado no estacionamento do monopólio Wendy’s, no dia 12/06.
O estabelecimento foi queimado durante um protesto no dia 14/06. Já, no dia 15/06, centenas colocaram à baixo uma estátua do ex-presidente do USA, Thomas Jefferson, em Portland e outras milhares de manifestantes se reuniram em Nova Iorque.
Placa é pichada com “R.I.P. Rayshard enquanto a franquia de fast food wendys queima. Foto: AP Photo/Brynn Anderson
Na noite do dia 13 de junho, centenas de manifestantes bloquearam uma das ruas principais da cidade, em frente ao monopólio Wendy’s e atearam fogo ao estabelecimento, assim como a automóveis que estavam próximos do local. A polícia havia tentado dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral, sendo que durante a repressão 36 pessoas foram presas. Nos dois dias que se seguiram, continuaram as manifestações multitudinárias em repúdio ao seu assassinato.
As manifestações iniciaram um dia após o assassinato durante uma blitz policial, com dois tiros pelas costas de Rayshard Brooks, homem negro pai de três filhas e um enteado, apenas um dia antes do aniversário de uma de suas filhas.
Rayshard Brooks com sua mulher e três filhas
Já na noite do dia 14 de junho, centenas de pessoas colocaram abaixo uma estátua do ex-presidente do USA, Thomas Jefferson, numa escola de Portland, Oregon, após uma manifestação contra o racismo, a opressão e a exploração do povo. No monumento destruído também estava pichado: “Senhor de escravos”. No dia 13, também foram derrubadas por manifestantes duas estátuas representando colonizadores do território estadunidense na Universidade de Oregon, conhecidos como “pioneiros”, em rechaço ao genocídio dos povos nativos do país.
Manifestantes derrubam duas estátuas de colonizadores do território estadunidense na Universidade de Oregon, em rechaço ao genocídio dos povos originários no país. Foto: Andy Nelson/The Register-Guard
E, também do dia 14, milhares de pessoas marcharam no Brooklyn, em Nova Iorque, para defender os já poucos direitos da população transsexual do país, ameaçados pela eliminação pelo governo de turno do arquirreacionário Donald Trump de uma regulamentação que proíbe a discriminação na assistência à saúde.
A seção 1557 da Affordable Care Act, conhecida como a Lei de Direitos de Saúde, "proíbe a discriminação baseada em raça, cor, origem nacional, sexo, idade ou deficiência em certos programas e atividades de saúde". Entretanto, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do USA disse em uma declaração no dia 12/06 que estava eliminando "certas disposições da Regra de 2016 que excediam o âmbito da autoridade delegada pelo Congresso na Seção 1557. O SSH cumprirá a Seção 1557, retornando à interpretação do governo sobre discriminação sexual de acordo com o simples significado da palavra 'sexo' como masculino ou feminino e conforme determinado pela biologia".
Na mesma semana em que a regulamentação foi eliminada, duas mulheres trans e negras haviam sido assassinadas no país.
Milhares de pessoas se manifestam em defesa da saúde de qualidade para pessoas transgênero