Proletários de todos os países e povos oprimidos, uni-vos!
“A lei do imperialismo é provocar distúrbios e fracassar, voltar a provocar distúrbios e fracassar de novo, tornar a provocar distúrbios até fracassar definitivamente (…) Por sua vez a lei do povo é lutar e fracassar, voltar a lutar e fracassar de novo, tornar a lutar até triunfar definitivamente”.
Presidente Mao Tsetung
A chamada “crise do corona” está exacerbando, velozmente, a crise econômica e política do capital: estado de emergência, toque de recolher, proibição de reuniões, milhares de mortes e massas desempregadas em um nível incomparável – problemas estes que estão, atualmente, determinando a vida de milhões. O imperialismo revela a si mesmo, ainda mais, a cada dia da “crise do corona”, como sendo “reação em qualquer parte”, como um ladrão de saúde, como um destruidor de milhares de forças de trabalho e vidas, como o principal inimigo da classe operária e das massas populares.
Enquanto no início da chamada “crise do corona” o esforço era de esconder e subestimar o perigo do vírus (Covid-19), de modo a garantir os lucros e não prejudicar o capital, os efeitos devastadores desta política sobre a saúde e vidas de centenas de milhares de pessoas estão começando a aparecer agora: existem, atualmente, quase dois milhões de pessoas infectadas em todo o mundo; perto de 110.000 pessoas que morreram em curto espaço de tempo e em torno de 100.000 novos casos que se somam aos outros a cada dia. Aqui é, claramente, revelado que as medidas para o “combate da crise” sustentam o selo das classes dominantes, porque aqueles que sofrem, aqueles que morrem com o Covid-19 são, principalmente, pessoas da classe operária e das mais baixas parcelas da sociedade. A burguesia da maioria dos países da Europa, especialmente os grandes imperialistas, têm agora adotado a campanha escandalosa e alarmista para legitimar cada restrição dos direitos democráticos e políticos, cada ataque sobre a situação econômica da classe operária e das massas populares.
O sonho impossível de uma alegadamente “solidária, estável e pacífica” União Europeia virou poeira na situação atual e o verdadeiro caráter da UE se mantém: uma aliança imperialista para intensificar a rapina de países inteiros, aprofundar a escravidão da classe operária e massas populares. As consequências desastrosas da política de austeridade estão agora tornando-se óbvias. Países como a Itália e Espanha, que foram particularmente afetados pela pandemia do corona na Europa, são aqueles que foram forçados a adotar duros programas de austeridade nos últimos anos, baseados nos “Requerimentos da UE”. Enquanto a população italiana crescia quase 3 milhões nas duas décadas passadas, 258 hospitais foram fechados (20%) e 75.000 leitos de hospital foram eliminados (28%) no mesmo período. Um quadro similar emerge na Espanha, onde depois de décadas de programas de austeridade, por exemplo em Madri, 50 hospitais privados existem ao lado de 33 hospitais públicos. Sete das clínicas privadas foram fechadas durante a pandemia do corona. A situação na Europa é ainda mais dramática nos países oprimidos. Na Grécia, a UE, com a ajuda dos fantoches gregos como o Syriza, cortaram o investimento em saúde em quase 50%, entre 2009 e 2016, quando um terço de todos os hospitais foram fechados e quase metade de todo o pessoal médico foi demitido. Mas, a política dos imperialistas da UE, particularmente do imperialismo europeu, foi além do programa de austeridade: o “movimento livre da força de trabalho como mercadoria” tem levado a um roubo gigantesco da força de trabalho (experiente) para forçar a migração de massas dos países oprimidos para os países imperialistas, apoiado pelas ideologias “liberais” da “abertura de fronteiras”. Nos últimos dez anos, 25.000 médicos deixaram a Romênia para trabalhar no exterior, junto com 28.000 enfermeiros. Países como a Romênia, já estavam com problemas, antes da situação da pandemia do corona, onde a média de idade dos médicos é de 60 anos; ou também a Bulgária, onde 80% da equipe médica está aposentada, mas segue ainda trabalhando para sobreviver. Enquanto isso, os governos fantoches corruptos dos países oprimidos estão agora liberando, juntos, milhões e bilhões em “pacotes de ajuda”, apenas para colocar este dinheiro de volta na boca dos monopólios estrangeiros, que têm a responsabilidade principal por esta situação miserável. Estes exemplos podem ser encontrados em toda a Europa Central e no Leste Europeu e, claramente, mostram que o custo da “pandemia do corona” está agora sendo transferido. Os países imperialistas que se beneficiaram disto e tem sido capazes de expandir enormemente sua dominação nestas regiões, com a ajuda da UE nas últimas décadas, não podem encher suas barrigas o suficiente. E, como na Áustria, por exemplo, estão agora buscando enfermeiros da Bulgária. Ao mesmo tempo, um processo enorme de empobrecimento da classe operária e das massas populares está sendo preparado nos países imperialistas. Desde a IIª Guerra Mundial não existe um aumento tão rápido do desemprego e dos ataques à classe operária, que continuam com o corte de jornada diária de trabalho, perda de salários e aumento dos preços. Obviamente não é apenas o vírus que está causando milhares de mortes em alguns países. Isto é o resultado da política dos imperialistas, especialmente dos grandes imperialistas da UE, que deixaram a pandemia do corona tornar-se uma ameaça mortal para a saúde dos operários e dos povos. Acima de tudo, os auxiliares dos imperialistas, vestidos de direita ou de “esquerda”, devem ser desmascarados. Eles foram os que causaram confusão nos últimos anos, com mentiras tais como “a UE é uma força de paz e de solidariedade”, ou algo como “Europa branca e forte”, e agora dividem a responsabilidade pelas mortes de milhares de pessoas, pela miséria de países inteiros, pelos enormes ataques contra a classe operária!
À luz do aprofundamento da crise econômica do capitalismo em alta escala, as classes dominantes na Europa estão tentando fazer da maior militarização, vigilância e repressão os principais elementos do “combate à crise” capitalista. Na Áustria, a milícia está mobilizada pela primeira vez na Segunda República, para um posicionamento estratégico interno. Na Romênia ou Albânia, os hospitais estão sob mando militar. Estão sendo impostas punições de uma extensão sem precedentes, que podem forçar famílias de operários a uma pobreza da noite para o dia, apenas por pequenas “deslizes”, e um sistema de mútua espionagem está sendo reforçado. Militarização da sociedade como um todo, particularmente as instituições civis, que estão sendo empurradas para grandes passos, o que significa nada mais do que a preparação para intensificar a luta de classes e novos assaltos. Na maioria dos países da União Europeia, o 1º de Maio, o dia internacional de luta da classe operária, está também ameaçado pela repressão. Conscientes de que o proletariado deve ser a vanguarda da luta de classes vamos defender o 1º de Maio e lutar, apesar da repressão, da militarização e da vigilância, para que inúmeras atividades aconteçam neste 1º de Maio e para que sejam ativamente apoiadas por todas as forças progressistas e anti-imperialistas!
A “crise do corona” também agravou a contradição ente as potências imperialistas na UE. O imperialismo alemão, que está claramente se afirmando como a potência líder da UE, está, temporariamente, prevalecendo sobre o seu rival, a França, que está diante de uma enorme luta popular e agora caiu em sua maior recessão desde 1945. Nós sabemos, pela história, que a luta pela supremacia da Alemanha tem sempre sido associada ao sofrimento dos povos e à extinção de países inteiros, até hoje. A Alemanha imperialista está tentando dominar outros países usando uma crescente agressividade. Enquanto as fronteiras estiveram fechadas para prevenir a exportação dos equipamentos de proteção individual da Alemanha, os acessos e negociações da UE com a Albânia e a Macedônia do Norte continuaram velozmente. Um rápido “expansionismo ao leste da UE” pode agora ser implementado, ao custo da classe operária e povos oprimidos destes países. Este aumento da agressividade e arrogância dos imperialistas fez exacerbar a hostilidade dos povos da Europa contra eles. A UE é largamente rejeitada não apenas nos países oprimidos, mas também entre a classe operária e as massas populares nos países imperialistas, tornando-se mais e mais um símbolo do seu sofrimento e da sua iminente pobreza. Na Itália, em dezenas de cidades e vilas, as bandeiras da UE são retiradas dos edifícios públicos. E a queima pública de bandeiras da UE fala pelos corações da maioria dos operários e massas. Centenas de greves, a maioria delas realizadas por decisão própria e independentemente dos sindicatos oficiais, mostra que as “medidas de crise” não nublam as contradições de classes mas, ao contrário, as tornam ainda mais claras. A convocação dos oprimidos e explorados está se tornando mais e mais clara: “Nós não morreremos e nem pagaremos por esta crise!”. Os imperialistas e seus serviçais estão, atualmente, sobre uma fina camada de gelo e estão, progressivamente, perdendo controle sobre a classe operária e as massas populares em áreas e regiões comuns.
A crise econômica e política, que agora está sendo exacerbada pelas “medidas do corona”, está crescentemente corroendo a relativa estabilidade na qual o capital tem estado desde os anos de 1990, ou seja, gradual e irregularmente, mas é um desenvolvimento que requer especial atenção das forças anti-imperialistas e revolucionárias. “Os burgueses estão se comportando como saqueadores audaciosos que têm perdido suas cabeças. Eles estão cometendo estupidez atrás de estupidez, agravando a situação e apressando sua destruição… Os partidos revolucionários devem, agora, ‘provar’, na prática, que eles têm suficiente entendimento e organização, contato com as massas exploradas, determinação e habilidade em utilizar a crise para uma exitosa e vitoriosa revolução.” (Lenin). Lenin disse que os revolucionários não deveriam “esperar” um tempo de crise para que o imperialismo entrasse em ‘colapso por si mesmo’. Esta crise deve ser usada para desenvolver as lutas dos explorados e oprimidos e fazer elas avançarem o máximo possível, para esmagar o imperialismo. O imperialismo se revela como inimigo da saúde, da classe operária e massas populares: vamos lutar contra as deteriorações do sistema de saúde! Vamos intensificar a luta por um sistema de saúde a serviço do povo! O imperialismo se revela como inimigo dos direitos democráticos: vamos lutar contra todas as tentativas de mais militarização, vigilância e controle das massas populares! O imperialismo se revela como parasita nas costas dos povos e nações oprimidas: vamos intensificar nossa luta baseados no internacionalismo, para a autodeterminação dos povos e nações oprimidas e para esmagar as correntes do imperialismo! O imperialismo se revela como explorador e parasita sobre o corpo da classe operária: Vamos elevar a luta contra o desemprego em massa, a jornada reduzida de trabalho e salários roubados!
Agora, nossa determinação e ação corajosa se fazem necessárias! A cada dia, a estabilidade do capital na “crise do corona” se desmorona mais e mais. Vamos nos por de pé, ombro a ombro, com os explorados e oprimidos. Vamos lutar para a implementação de nossas justas reivindicações e nos unir sob o internacionalismo em uma corrente contra o imperialismo!
Não transferir a carga da “crise do corona” sobre a classe operária e as massas populares!
Por um sistema de saúde a serviço do povo!
Abaixo a militarização, vigilância e repressão contra o povo!
Abaixo o imperialismo! Abaixo a UE! Não ao expansionismo da UE para o Leste!
Viva o internacionalismo!
Defender e manter o 1º de Maio – Dia internacional de luta da classe operária!
Abril de 2020
Assinaturas:
Partija Rada, Ex-Iugoslávia
Partido Comunista da Romênia
Movimento 23 de Setembro, Bulgária
Red Front Collective/Coletivo Frente Vermelha, Áustria
AGEB (Association of Migrants Working in Europe/Associação dos Operários Migrantes na Europa)
Partizan Europa