JAILSON DE SOUZA
07 OUTUBRO 2019
O Partido Comunista do Peru (PCP) emitiu, em setembro deste ano, uma declaração por celebração ao 27º aniversário do Discurso do Presidente Gonzalo. A declaração foi publicada na internet e uma versão traduzida pode ser lida no blog Servir ao Povo.
Os maoistas peruanos, que empreendem a tarefa de reorganizar o partido enquanto dirigem a guerra popular prolongada, criticam no documento público aqueles que, outrora revolucionários, se entregaram aos planos contrarrevolucionários do velho Estado peruano, condensados nos “acordos de paz”, tornando-se reacionários.
“Lutamos contra a linha oportunista de direita de capitulação e alistamento, bandeiras negras que estruturaram nas prisões sua 'nova linha', como eles mesmos a chamavam, 'nova linha para uma nova definição, decisão, etc. etc.'. É claro, é uma linha contrária à do PCP”, assinalam.
O PCP também critica a “linha oportunista de esquerda dos anti-maoistas, anti-partido e anti-pensamento gonzalo”, liderada pelo revisionista “José”. “Trata-se de um feudo que afunda-se em negociações e traições dos reacionários”, qualifica o Partido.
Sobre a situação política nacional, os comunistas peruanos reforçam que o processo de maior reacionarização do velho Estado segue em marcha. “O Presidente Gonzalo nos advertiu com clareza meridiana que, quanto maior for o aprofundamento da crise geral da sociedade peruana, principalmente do capitalismo burocrático, maior será a reação e a repressão do velho Estado contra as justas lutas de proletários, mineiros e camponeses principalmente pobres, professores, trabalhadores da saúde, universidade, transportadores, operários, trabalhadores, povos e comunidades indígenas e indígenas etc..”.
Analisando o fechamento do Congresso, ocorrido no início de outubro, o Partido prossegue: “Existe uma centralização absoluta do poder que este governo fascista de Vizcarra vem desenvolvendo, uma centralização para garantir o sonho sinistro, genocida e de rapina principalmente do imperialismo ianque contra o povo peruano. Eles criminalizam as lutas em defesa das liberdades, direitos e conquistas”.
Ilustração em homenagem à Guerra Popular dirigida pelo PCP e ao Presidente Gonzalo
A luta popular, assinalam os comunistas, também cresce: “A classe proletária e as massas em geral assumem uma onda crescente de protestos como uma resposta precisa contra esses afãs reacionários. A defensoria até julho de 2019 relatou mais de 184 lutas de massas, 120 são nacionais, 40 regionais e 17 locais, em torno de temas como mineração, poluição, ensino, reposição, direitos trabalhistas, direitos de greve, salários, condições de trabalho, aumento da superexploração etc.”.
Sobre a guerra popular em marcha no país, o PCP recorda que “a guerra popular que começou nos anos 1980 se agita e se agitará ainda mais, levantando sua fogueira vigorosa para que o heroico povo peruano construa a República Popular de acordo com os princípios da nova democracia e só possa fazê-lo com a direção do partido, o PCP marxista-leninista maoista, pensamento gonzalo. Gerar expectativas com ‘avanço das eleições’, ‘novo congresso’, ‘nova constituição’ ou ‘assembléia constituinte’ serve apenas ao rearranjo e aos interesses obscuros desse velho Estado reacionário. Não serve, nem servirá ao proletariado e ao povo peruanos”.
“É importante ressaltar que a guerra popular iniciada em 17 de maio de 1980 foi precedida de duas décadas por lutas ardentes contra os revisionistas e oportunistas que se opunham à reconstituição do partido de mil maneiras, em vez de serem guiados pelo marxismo-leninismo, pensamento mao tsetung, e se opunham especificamente ao início da luta armada. É a guerra popular desenvolvida em nosso país que demonstrou o sucesso de tais ideias que guiaram o início, foram decisões estratégicas e planos de desenvolvimento que nos forjaram na marcha inexorável da revolução. Somos otimistas e combatemos o pessimismo”, afirma, na declaração. E conclui:
“O partido uma vez mais convoca as organizações e partidos comunistas a constituírem-se ou reconstituírem-se, conforme o caso, ao redor e sujeitos à nossa ideologia todopoderosa, marxismo-leninismo-maoismo, principalmente maoísmo para iniciar e desenvolver guerras populares contra as pretensões imperialistas das guerras mundiais por seus interesses infames. É correto afirmar que há aportes de validez universal do Presidente Gonzalo para a revolução proletária mundial”.