A massiva greve nacional por tempo indeterminado dos professores do Peru segue vigorosa, tomando as ruas e incorporando setores cada vez mais amplos da sociedade peruana em defesa da educação pública, de condições dignas de trabalho aos docentes e do direito à greve e à luta popular em geral.
Nas últimas semanas de agosto ganhou destaque a luta entre dezenas de bases regionais do Sindicato Único de Trabalhadores em Educação do Peru (Sutep) que desejam prosseguir na greve até a conquista de suas reivindicações. Eles batem-se contra o revisionismo e o oportunismo instalados na direção nacional do Sutep e outras bases regionais, que manobram para capitular e voltar ao trabalho derrotados.
O Comitê Executivo Nacional (CEN) do Sutep, controlado pelo oportunista Patria Roja há décadas, traiçoeiramente, como sempre, fechou acordo com o Ministério da Educação para o fim da greve, aceitando a oferta da gerência do velho Estado peruano de um reajuste miserável nos salários dos professores e a vaga promessa de “capacitação” antes das avaliações de desempenho. Algumas bases regionais, dirigidas por essa corrente e outras que seguem a linha oportunista de direita do Movadef (Movimento pela Anistia e Direitos Fundamentais — renegados da Guerra Popular e partidários das “cartas de paz”) acordaram a volta às aulas.
A gerência semicolonial de Pedro Pablo Kuczynski, através de sua ministra da educação Marilu Martens, governadores e o monopólio da imprensa, intensificam a campanha de demonização da greve. Eles visam jogar os pais de alunos contra os docentes, ao mesmo tempo que criminalizam o movimento, com aumento da repressão violenta aos protestos, os cortes de ponto e ameaças de demissão.
“1 — Ratificar a necessidade de diálogo direto entre a ministra da educação e o Comitê Nacional de Luta das Bases do Sutep.
2 — Reafirmar a presença dos porta-vozes das bancadas do Congresso da república para garantir as tratativas diretas.
3 — Ratificar a plataforma de luta como único documento das ações de diálogo.
4 — Exigir das bancadas parlamentares que apresentem, agendem e aprovem projetos de lei para solucionar a plataforma de lutas.
5 — Rechaçar e desconhecer os acordos entre o Ministério da Educação e falsos dirigentes à margem de nossa representatividade.
6 — Rechaçar com indignação e denunciar as campanhas difamatórias do governo para satanizar os dirigentes e professores das bases regionais do Sutep.
7 — Continuar a Greve Nacional Indefinida nas bases regionais do Peru.
Nem um passo atrás, a greve continua!”.
Como reflexo dessa luta, a base regional do Sutep de Cusco, que havia anunciado a suspensão da greve, voltou a cruzar os braços alguns dias depois, sem dúvida pressionada pelo vigor e decisão das outras bases que rejeitam o acordo.
Gigantescas manifestações foram realizadas em Lima e Callao, reunindo os estudantes, seus pais e mães e frentes de defesa do povo e em defesa da educação.
Manifestações quase diárias ocorrem em Lima. Em 16/08, um protesto de professores foi duramente reprimido na Avenida Abancay, via de acesso ao parlamento peruano. No mesmo dia, de manhã, os professores bloquearam os acessos ao Ministério da Educação, impedindo a entrada dos funcionários, exigindo uma audiência com a ministra da educação, Marilu Martens. No dia seguinte, estudantes universitários tomaram a Plaza San Martin em apoio à luta dos professores e também entraram em confronto com as forças da repressão.
O confronto acabou amedrontando o gerente Kuczynski, que cancelou seu comparecimento ao evento.
Já no dia 22, outra grande manifestação na mesma região da cidade de Lima provocou, segundo o monopólio da imprensa peruana, “caos na cidade”.
Delegações de professores de muitas regiões do país estão em Lima, acompanhando as negociações entre o Ministério da Educação e o Sutep. Acomodadas em acampamentos e alojamentos, elas engrossam as manifestações cada vez maiores na capital.
Em Lima, uma multidão se reuniu nas imediações da Avenida Abancay, centro histórico da capital, visando marchar até o Congresso Nacional, mas foram impedidos de ocupar a avenida pela repressão. Houve grande enfrentamento e as forças populares sustentaram combate até o fim da tarde.Além dos professores, médicos e enfermeiros, em greve há mais de dois meses, tiveram participação destacada os operários da construção civil e funcionários públicos, além de diversos movimentos populares.
Nas últimas semanas de agosto ganhou destaque a luta entre dezenas de bases regionais do Sindicato Único de Trabalhadores em Educação do Peru (Sutep) que desejam prosseguir na greve até a conquista de suas reivindicações. Eles batem-se contra o revisionismo e o oportunismo instalados na direção nacional do Sutep e outras bases regionais, que manobram para capitular e voltar ao trabalho derrotados.
O Comitê Executivo Nacional (CEN) do Sutep, controlado pelo oportunista Patria Roja há décadas, traiçoeiramente, como sempre, fechou acordo com o Ministério da Educação para o fim da greve, aceitando a oferta da gerência do velho Estado peruano de um reajuste miserável nos salários dos professores e a vaga promessa de “capacitação” antes das avaliações de desempenho. Algumas bases regionais, dirigidas por essa corrente e outras que seguem a linha oportunista de direita do Movadef (Movimento pela Anistia e Direitos Fundamentais — renegados da Guerra Popular e partidários das “cartas de paz”) acordaram a volta às aulas.
A gerência semicolonial de Pedro Pablo Kuczynski, através de sua ministra da educação Marilu Martens, governadores e o monopólio da imprensa, intensificam a campanha de demonização da greve. Eles visam jogar os pais de alunos contra os docentes, ao mesmo tempo que criminalizam o movimento, com aumento da repressão violenta aos protestos, os cortes de ponto e ameaças de demissão.
Até a vitória final
Por outro lado, em 20/08, uma assembleia nacional das bases regionais combativas do Sutep desautorizou as negociações do Ministério da Educação com a CEN-Patria Roja, e decidiu continuar a greve nacionalmente. Entre as deliberações, estão as seguintes:“1 — Ratificar a necessidade de diálogo direto entre a ministra da educação e o Comitê Nacional de Luta das Bases do Sutep.
2 — Reafirmar a presença dos porta-vozes das bancadas do Congresso da república para garantir as tratativas diretas.
3 — Ratificar a plataforma de luta como único documento das ações de diálogo.
4 — Exigir das bancadas parlamentares que apresentem, agendem e aprovem projetos de lei para solucionar a plataforma de lutas.
5 — Rechaçar e desconhecer os acordos entre o Ministério da Educação e falsos dirigentes à margem de nossa representatividade.
6 — Rechaçar com indignação e denunciar as campanhas difamatórias do governo para satanizar os dirigentes e professores das bases regionais do Sutep.
7 — Continuar a Greve Nacional Indefinida nas bases regionais do Peru.
Nem um passo atrás, a greve continua!”.
Como reflexo dessa luta, a base regional do Sutep de Cusco, que havia anunciado a suspensão da greve, voltou a cruzar os braços alguns dias depois, sem dúvida pressionada pelo vigor e decisão das outras bases que rejeitam o acordo.
Setores classistas se pronunciam
O Movimento Classista Popular (MCP), em pronunciamento de meados de agosto, informava sobre a greve dos professores em 21 regiões de selva, serra e litoral, com importantes jornadas de luta, como mobilizações, trabalhos de conscientização dos professores nas escolas, queima de pneus, tomadas de praças, aeroportos e estradas etc., agitando suas bandeiras de luta, sendo as mais contundentes as regiões Huancavelica, Junín, Cusco, Puno, Ayacucho, Madre de Dios, Ancash, Arequipa, Apurímac etc. Os professores de Lima, capital do Peru, atendem ao clamor das bases, impondo respeito a esta luta e desmascarando os traidores da CEN-Patria Roja e Movadef.Gigantescas manifestações foram realizadas em Lima e Callao, reunindo os estudantes, seus pais e mães e frentes de defesa do povo e em defesa da educação.
Manifestações quase diárias ocorrem em Lima. Em 16/08, um protesto de professores foi duramente reprimido na Avenida Abancay, via de acesso ao parlamento peruano. No mesmo dia, de manhã, os professores bloquearam os acessos ao Ministério da Educação, impedindo a entrada dos funcionários, exigindo uma audiência com a ministra da educação, Marilu Martens. No dia seguinte, estudantes universitários tomaram a Plaza San Martin em apoio à luta dos professores e também entraram em confronto com as forças da repressão.
Desfile cívico frustrado
Ainda no dia 16/08, o tradicional desfile cívico no dia do aniversário da cidade de Huánuco (478 anos) foi cancelado. Pela manhã, os acessos à praça onde se realizaria o desfile foram fechados. Os professores em greve, que não tinham permissão para entrar no perímetro, protestaram impedindo que as delegações autorizadas acessassem o local e a repressão policial se abateu sobre o protesto.O confronto acabou amedrontando o gerente Kuczynski, que cancelou seu comparecimento ao evento.
Lima solidária e grevista
No dia 17/08, uma multidão protestou em Lima em solidariedade aos professores e outras categorias em greve. A manifestação, convocada por organizações de defesa dos direitos do povo, reuniu professores, médicos, enfermeiras, funcionários públicos, estudantes, pais de alunos e outros setores que paralisaram os trabalhos.Já no dia 22, outra grande manifestação na mesma região da cidade de Lima provocou, segundo o monopólio da imprensa peruana, “caos na cidade”.
Delegações de professores de muitas regiões do país estão em Lima, acompanhando as negociações entre o Ministério da Educação e o Sutep. Acomodadas em acampamentos e alojamentos, elas engrossam as manifestações cada vez maiores na capital.
Greve Geral
Uma paralisação geral de 48 horas em apoio à greve dos professores, médicos e enfermeiros, foi convocada para o dia 24/08 pela Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP). Dezenas de milhares de trabalhadores atenderam ao chamado da Confederação e realizaram manifestações em diversas cidades, sendo as maiores registradas em Arequipa, Cusco, Tumbes, Junín, Tacna, Puno, Loreto e Ancash, e também em Huancayo e Moquegua, onde houve confronto com a polícia e manifestantes foram presos.Em Lima, uma multidão se reuniu nas imediações da Avenida Abancay, centro histórico da capital, visando marchar até o Congresso Nacional, mas foram impedidos de ocupar a avenida pela repressão. Houve grande enfrentamento e as forças populares sustentaram combate até o fim da tarde.Além dos professores, médicos e enfermeiros, em greve há mais de dois meses, tiveram participação destacada os operários da construção civil e funcionários públicos, além de diversos movimentos populares.