- Carlos Oliveira
Partidos e organizações comunistas maoistas lançam declaração no 1° de maio de 2021
No 1° de maio de 2021, os Partidos e Organizações Marxistas-leninistas-maoistas emitiram sua declaração anual, intitulada A catastrófica situação mundial demanda a Revolução Proletária! Unir-se sob a bandeira vermelha do maoísmo!
O documento é assinado pelos signatários: Partido comunista do Peru; Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista; Partido Comunista do Brasil (Fração Vermelha); Grupo Comunista (Maoísta) da China; Núcleo Revolucionário para a Reconstituição do Partido Comunista do México (NR-PCM); Republicanos Socialistas Irlandeses; Comitê Bandeira Vermelha, da Alemanha; Fração Vermelha do Partido Comunista do Chile; Comitês para a Fundação do Partido Comunista (Maoista) da Áustria; Servir ao Povo — Liga Comunista da Noruega; Comitê para a Reconstituição do Partido Comunista do Estados Unidos (CR-PCUSA); Partido Comunista da França — Fração Vermelha; Comitê Maoista da Finlândia; Partido Comunista do Equador — Sol Vermelho; Partido Comunista da Colômbia (Fração Vermelha); Comitê de Construção do Partido Comunista Maoista da Galícia e Onda Vermelha da Dinamarca.
Eles iniciam a declaração afirmando que neste 1º de maio se dirigem ao proletariado internacional e aos povos e nações oprimidas do mundo reafirmando sua promessa solene de “varrer o imperialismo, o revisionismo e a reação da face da Terra, com revoluções democráticas, socialistas e culturais, estabelecendo e desenvolvendo a ditadura do proletariado, através da guerra popular, até que toda a humanidade seja libertada de toda forma de opressão e exploração, até que alcancemos nossa irrenunciável meta final: o Comunismo, a sociedade sem classes onde as necessidades de cada um serão satisfeitas, onde não haverá ricos nem pobres, nem exploradores nem explorados e onde todos aproveitarão da abundância. Nós lutaremos sem trégua e desinteressadamente para criar um novo mundo, que será total e absolutamente oposto e diferente a este inferno que vivemos agora, uma nova sociedade sem os assassinos sanguessugas que são os donos do presente”.
E colocam que a ordem social imperante, o sistema mundial imperialista que se desenvolve por meio de conluio e pugna, e como parte do mesmo, o imperialismo ianque, inimigo comum de todos os povos do mundo todo, está “caduco e está apodrecido até a medula, se sustenta pelas baionetas ensanguentadas de exércitos mercenários que serão impotentes frente a nós, os oprimidos e explorados, quando organizemos nosso poder comum sob a direção das vanguardas proletárias, os Partidos Comunistas, e nos levantemos em todo o mundo com as armas em punho destruindo o velho e construindo o novo. Qualquer um que observe o mundo de hoje verá que estamos frente a uma situação onde a revolução proletária mundial é a única saída, o único caminho para a humanidade e que o desenvolvimento das condições objetivas subjetivas no mundo são favoráveis para a revolução; nesta situação, nos corresponde construir o caminho com novas guerras populares ao novo período de revoluções que o mundo adentrou-se”.
‘Os imperialistas e seus lacaios se aproveitam da pandemia’
Os comunistas discorrem que a crise econômica mundial estava prevista e já havia começado a se manifestar no final de 2019. A aparição do vírus Covid-19 lhes deu um pretexto ideal para forçar uma abrupta recessão e destruir em grande escala forças produtivas ao mesmo tempo, nos países imperialistas principalmente, impulsionar o capitalismo monopolista de Estado, transferindo fundos imensos para o benefício direto dos grandes monopólios e reestruturando suas economias, deixando o custo principal nas costas das nações oprimidas.
No âmbito político, expõe a declaração, “não há um Estado onde as classes dominantes não tenham utilizado o pretexto da pandemia para aumentar a repressão contra as massas, buscando conjurar a revolução. Concentrando e centralizando mais poder no Executivo (processo de reacionarização do Estado burguês)”.
Mencionando o caso singular do Brasil, onde o “ultrarreacionário governo militar de fato está contra qualquer medida sanitária preventiva ao Covid-19 por obscurantismo e com o pretexto de que estas são para sabotá-lo com a paralisia da economia, o oportunismo e revisionismo imobilistas tratam de unir-se ao coro da grande burguesia e dos monopólios dos meios de comunicação em uma campanha de histeria contra as manifestações populares, acusando-as de serem disseminadoras do contágio”.
E, em resposta a isso, esclarecem que as massas conscientes “sabem que, se o vírus pôde causar tanto dano, é porque os sistemas de saúde do mundo não estão a serviço do povo, não têm em lugar algum os recursos necessários como resultado das decisões políticas dos governos, passados e presentes”.
Já no aspecto militar, os Partidos discorrem que “os imperialistas e seus lacaios usam a pandemia para militarizar ainda mais seus Estados, impulsionando o capitalismo monopolista de Estado”, sendo este um “assunto fundamental por seus planos belicistas até normalizar o uso das forças armadas em todo tipo de tarefa da administração estatal; seja ela de caráter diretamente administrativo, policial ou sanitário, promovendo a imagem das forças armadas como heróis nacionais”.
‘Em todo o mundo, o proletariado e os povos combatem e resistem’
“As massas têm aumentado sua atividade como nunca antes”, afirmam os Partidos e organizações, “apesar de todas as medidas de isolamento social para sofreá-las”. “Corresponde aos comunistas dirigi-las pela saída revolucionária, porque as massas são o campo de disputa entre a revolução e a contrarrevolução”, afirmam. “Enquanto não enterramos o imperialismo e a reação, estes sempre terão uma saída de sua situação com o serviço do revisionismo e do oportunismo, como advertiu Lenin em sua exposição sobre a situação internacional após da Primeira Guerra Mundial e o Tratado de Versalhes; hoje, tratarão de levar as massas à saída reacionária da crise, que vai desde os atuais ‘pacotes sociais contra a pandemia do corona’, a saída da ‘nova constituição’ até o fascismo”.
Eles também destacam que a luta camponesa pela terra se intensifica cada vez mais nas nações oprimidas e é a base da luta contra o imperialismo, e que “o despejo está na ordem do dia e em países como Equador e Brasil, sendo que os braços camponeses armados com mente proletária operam sistematicamente em direção a um grande salto para concretizar a revolução democrática”.
Os comunistas citam, ainda, a imensa luta dos camponeses na Índia e acentuam que importância da luta dos camponeses, que é a classe mais numerosa no mundo, está aumentando mais pelos despejos promovidos.
Ressaltam ainda as lutas proletárias que crescem em todo o mundo, como as gigantescas greves na Índia, a maior de sua história, lutas dos trabalhadores sanitários na Bulgária por condições de trabalho e salário, lutas de diversos tipos do proletariado na China contra os patrões revisionistas-social imperialistas.
Sobre a agressão imperialista contra as nações oprimidas, colocam que, em sua competição entre si, os imperialistas desencadeiam guerras de rapina, seja através da agressão direta como na crescente intervenção em Sahel ou através de marionetes como no Cáucaso ou no Iêmen, para controlar recursos e mercados aplicando a superexploração.
“As massas do mundo todo clamam pela revolução. Aos comunistas corresponde organizá-las e dirigi-las para que expressem toda sua capacidade transformadora e assim não haverá força no mundo capaz de detê-las”, concluem.
‘É necessária a direção dos Partidos Comunistas’
Para que o clamor das massas dê frutos, para que sua gigantesca força desorganizada seja canalizada para se tornar uma força organizada capaz de colocar o mundo de cabeça para baixo – remarcam –, é necessário “uma força capaz de organizar e dirigir a luta das massas oprimidas e exploradas. Esta força é a vanguarda do proletariado, o Partido Comunista. Essa é uma verdade histórica e basta ver o caso de como a China, o ‘homem velho e doente’ da Ásia, dividida e subjugada pelo imperialismo, atrasada, humilhada e prostituída por decadentes latifundiários e capitalistas burocráticos traidores de seu próprio povo, pôde passar, em poucos anos, desta miserável condição de semicolonial-semifeudal para um poderoso Estado socialista onde as massas populares alcançaram os mais altos picos a que a humanidade há alcançado”.
‘Unir-se Sob a Bandeira Vermelha do Maoismo!’
Os Partido mencionam ainda, ao tratar dos tempos nos quais vivemos, que “hoje vivemos tempos de guerra, pois há uma situação revolucionária em desenvolvimento, desigual mas crescente, em todo o mundo e as massas clamam pela revolução, fato que define a tendência política principal; estamos na primeira fase da mais profunda crise do sistema imperialista mundial desde a ‘Grande Depressão’ do século passado”.
“As condições objetivas para o avanço da revolução proletária mundial são magníficas. Os comunistas no mundo, os maoistas, devemos lutar para responder às demandas do momento, para nos elevarmos à altura das tarefas e avançarmos de forma audaciosa. Necessitamos concentrar forças para servir ao desenvolvimento das guerras populares em curso, ao início de muitas mais e para a reconstituição dos Partidos Comunistas para abrir o caminho ao novo período de revoluções. Por isso, é indispensável que assumamos o papel do Movimento Comunista Internacional lutando para colocar o maoismo como único comando e guia da revolução mundial, lutando duramente para nos unificarmos sob seus princípios”.
Os maoistas destacam que “mediante a luta de duas linhas, crítica e autocrítica sincera, a Conferência Internacional Maoista Unificada (CIMU) e a Nova Organização Internacional do Proletariado (NOIP), que emergirá da anterior, é um passo insubstituível para esse caminho, é uma necessidade histórica para que possamos dar o salto necessário. Se os comunistas não estamos em capacidade de nos unirmos, então jamais seremos capazes de concluir nossa missão histórica e, portanto, não será assim. A unidade surge a partir da luta e todos os que estamos lutando com base no marxismo-leninismo-maoismo para servir à revolução proletária mundial sabemos que é uma tarefa difícil e complexa, mas é para isso que nós somos feitos”.
Foto: Reprodução