A farsa eleitoral no USA e a luta pelo controle do aparato burocrático
porJoão
Alves
23 de julho de 2024
·
2 minutos de
leitura
A desistência de Joe Biden oito dias após Donald Trump
sobreviver a um atentado político são os mais recentes episódios envolvendo a
crise geral do Estados Unidos (USA), superpotência imperialista hegemônica
única.
O blog “Associação de Nova Democracia” da Alemanha
divulgou recentemente um importante artigo em que analisa a crise econômica e a
polarização política no USA. O blog de revolucionários peruanos sediados na
Alemanha analisa que são fenômenos que se desenvolvem há anos e que representam
uma “luta pelo controle do aparato burocrático”.
‘O botim da disputa é a
economia’
O artigo conduz uma análise da crise colossal que
envolve toda a economia do Estados Unidos. “As somas bilionárias de dólares das
subvenções e o protecionismo” são apontados como o principal motivo que
impulsiona a disputa entre ambas as facções reacionárias do Partido “Democrata”
e o Partido “Republicano”.
O artigo resgata algumas análises de monopólios de
imprensa sobre o governo de Joe Biden que apontam que dois aspectos (subvenções
industriais e protecionismo) fracassaram. E aponta a tendência de que, após a
derrota “democrata”, a condução econômica do USA se altere substancialmente.
O aumento da dívida é uma das expressões da
fragilidade econômica do governo Biden. Ela chegou a 123% do PIB ianque. Além
disso, o déficit público se manteve alto (5,3% do PIB), apesar do crescimento
econômico. O governo Biden pretendia gastar 7,5 bilhões de dólares para
aumentar a produção e utilização de carros elétricos e, ao fim de três anos,
não se atingiram as metas. Resultado semelhante ao projeto de levar internet às
zonas rurais, que mobilizou 42 bilhões de dólares para atingir o mesmo fracasso
total. De quebra, a produção recorde de petróleo e gás de xisto tornou o USA o
maior produtor mundial de combustíveis fósseis, na contramão do programa
econômico propagado pelo governo Biden.
Polarização política
O artigo aponta que a divisão política tem relação com
“a disputa entre as duas facções do imperialismo ianque, ou seja, as duas
máfias do Partido Democrata lideradas pelo genocida Biden e o Partido
Republicano, o outro genocida, Trump”.
Alvo de críticas de Trump, as próprias leis do regime
político jogam para aumentar a falta de legitimidade do sistema político. Joe
Biden, ainda presidente, é quem decide os termos da proteção oferecida pelo
Serviço Secreto – que simplesmente fracassou no episódio do comício eleitoral
de Trump.
Mesmo antes da maquinação, Trump não se comprometia em
não aplicar a lei para perseguir opositores políticos, se eleito, e nem se
pronunciou por uma “busca pela paz”. Antes da desistência, Joe Biden chegou a
comparar Trump com Hitler e defendeu a necessidade de colocar “Trump no alvo”.
Um artigo da revista reacionária Foreign Politics sugere que
uma interpretação política possível para todos esses fatos é a de que as
eleições já não são a melhor forma de exercer suas reivindicações políticas.
Os trumpistas afirmam que há, por anos, uma série de
ações coordenadas pelos “democratas” – episódios que vão desde marcha de
mulheres até os pedidos de impeachment durante o governo de
Trump.
Citando uma série de derrotas sofridas pelos
“democratas” (em temas que envolvem aborto, ações afirmativas e “meio
ambiente”), o blog revolucionário sublinha que “a luta não é só pela
presidência do USA, mas sim pelo controle do aparato estatal [hoje] em mãos
democratas”.
Para o blog revolucionário, “é claro como os ataques
contra oponentes são facilitados por quem tem o controle dos serviços
secretos”, afirma. “E, o mais importante, que ambos os lados apelem aos
‘executores da vontade divina’ para salvar o país, eliminando o oponente”.
Por fim, destacam que o atentado contra Donald Trump
expressa o nível inédito da polarização política, questão admitida mesmo pelos
articulistas reacionários citados. Tudo é utilizado para confrontos entre as
facções políticas através de métodos pacíficos e violentos. O blog
revolucionário afirma que “as formas de luta podem variar, porém é o conteúdo
de classe, o caráter da luta, que é o mais importante segundo Lenin”.O texto na
íntegra está disponível aqui.